Meu ambiente de trabalho em 7 itens

O Mike me convidou, então lá vai:

1. Ubuntu

O sistema operacional que simplesmente funciona. Meu notebook tem Ubuntu, o da minha mulher e os dos meus filhos também. Todos tem o Windows OEM em dual-boot. Nem me lembro quando foi a última vez que vi alguém bootar o Windows lá em casa. Aqui na Visie o Ubuntu também parece ser o sistema predileto de todo mundo que não tem um Mac 😉

Sem brincadeira, se você desenvolve para um sistema Unix-like, deveria usar um. Você vai ter o mesmo modelo de permissões, a mesma estrutura de arquivos e as mesmas ferramentas na sua máquina e na hospedagem. Você vai ter shell script. Um dia desses resolvemos um problema em um projeto criando um link simbólico para um arquivo. Essa solução roda em nossos servidores e em nossos desktops.

2. Git

Ainda encontro muitas empresas por aí que não usam controle de versão. Pode parar de rir, estou falando sério. Eu não entendo como alguém pode escrever software sem um bom sistema de controle de versão distribuído.

3. web2py

O framework de desenvolvimento web mais produtivo que eu já achei.

4. Vim

Vim não é fácil, e deve ser mantido fora do alcance de crianças e animais domésticos. Mas é o editor de código mais rápido do planeta. Extremamente poderoso, indispensável para o bom programador.

5. Firefox e Firebug

O desenvolvimento de HTML, CSS e Javascript se divide em duas eras: antes e depois da Firebug.

6. OpenDNS e Dnsmasq

Nós até conseguimos comprar boas conexões aqui no Brasil. Mas os serviços de DNS de todos os provedores que eu conheço são uma piada.

7. Terminator

Com o Terminator posso dividir uma janela em vários terminais, em abas. Para quem usa vim e muito shell, é uma mão na roda.

E eu vou convidar:

Diego Eis, Ederson Peka, Luciano Motta, Mauro Baraldi, Leandro Lima e Pedro Rogério.

Integrando o Vim com ferramentas externas

Depois que comecei a usar o Vim nas palestras em que eu escrevo código, muita gente começou a me escrever com dúvidas sobre o editorzinho. Apesar de eu dizer nas palestras que Vim é complicado, parece que o pessoal não tem medo. E a dúvida mais freqüente é sobre a integração entre o Vim e ferramentas externas, principalmente o txt2tags.

Faz parte da filosofia Unix que um programa seja facilmente integrado a outros através de interfaces de texto, e o Vim implementa isso muito bem. Para começar, abra o Vim e execute:

:!ls

Você vai ver que o Vim vai executar o comando ls. Então guarde isso, o sinal de exclamação (!) executa comandos externos. Há duas maneiras de fazer o Vim falar com esses comandos. A primeira é mandar o Vim ler a entrada do comando. Digite:

:r!ls

Você vai notar que o Vim vai executar o comando ls e colocar o conteúdo no buffer de edição. A outra maneira de fazer o Vim falar com os programas externos é selecionar texto. Aperte i para ir para o modo de edição e digite:

zebra
tesoura
banana
macaco
felicidade
abacate

Ao terminar de digitar, pressione ESC para voltar ao modo de comando, em seguida SHIFT+V para ir para o modo de seleção de linha e selecione todo o bloco. Com o bloco selecionado, digite:

:!sort

O vim vai colocar, antes do comando, os sinais de seleção ‘<,'>. Não se preocupe, apenas digite o comando e aperte ENTER. Você vai ver que o Vim vai executar o comando sort do sistema operacional, passando como entrada o texto selecionado, e vai substituir esse texto pela saída do comando. Isso, ao final, vai te dar a lista ordenada, assim:

abacate
banana
felicidade
macaco
tesoura
zebra

Usando essa interface simples você pode fazer o Vim falar com qualquer programa Unix.

txt2tags

O programa que eu tenho usado durante as palestras e mais tem deixado as pessoas curiosas é o txt2tags, desenvolvido pelo Aurélio Marinho. O programa está nos repositórios do Debian, então se você usa Debian ou Ubuntu, pode instalá-lo com o comando:

sudo apt-get install txt2tags

O txt2tags lê as primeiras linhas de texto que recebe como títulos do documento. Além disso, precisaremos de várias opções de linha de comando, o que não é conveniente de se digitar. Então vamos criar um shell script para guardar essas opções e fornecer ao txt2tags linhas de cabeçalho de mentirinha. Eu criei um arquivo chamado tags dentro do diretório /usr/local/bin, com permissão de execução (chmod +x) e o seguinte conteúdo:

#!/bin/bash
(echo "
 
 
 
 
 
" && cat ) | txt2tags -t xhtml --infile=- --no-headers

Em seguida, basta abrir o Vim e digitar, por exemplo:

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Em seguida selecione essas duas linhas e execute:

:!tags

Pronto, HTML instantâneo.