Tudo tem que funcionar no celular

Mandei esse e-mail para o pessoal da Visie:

Pessoal,

Quando foi a última vez que você fez um site na Visie que não tinha versão mobile?

Então. Tudo tem que funcionar no celular. É praxe. O que não for responsivo é a exceção.

Então, ao receber um wireframe, layout ou especificação do projeto, não precisa perguntar: vai ser responsivo? Pode perguntar direto: onde está o layout mobile?

Ao estimar, planejar, projetar ou implementar qualquer coisa web na Visie, ter isso em mente vai evitar confusão. Lembre-se sempre: é sim responsivo, a não ser que alguém explicitamente diga o contrário.

Um [ ]!

Elcio

É, eu sei, não tem nada genial aí. Nem é “vanguarda”, todo mundo já trabalha assim há um tempão (ou não?) Mas para quem viveu o tempo dos layouts com tabelas para IE3 e Netscape 4, o simples fato de estar escrevendo essas palavras significa muito.

Valeu internet!

Artigo recomendado: A simple (and very rough) responsive table solution

Tabelas responsivas de um jeito fácil:

“There are a lot of very clever responsive table solutions available now. There are solutions that flip the table on it’s side, convert it to a pie chart, gradually reduce the columns, allow users to determine columns, and even allow partial scrolling across the table. All of them are very clever.”

Leia mais: http://www.maxdesign.com.au/2013/03/22/simple-responsive-table/

Por que sua estratégia de mobile começa com iOS?

Saiu a notícia hoje: Android ultrapassará Windows e será sistema mais usado do mundo, diz IDC.

Agora veja o gráfico:

Sistemas operacionais mobile navegando na web no Brasil de Fev/2011 a Fev/2012

Apesar disso, continuo recebendo das agências sites para construir que não tem versão mobile ou, quando tem, foi desenhada e deve ser construída para iPhone e iPad.

Cena comum numa reunião entre cliente e agência: todo mundo, de ambos os lados, coloca seu celular sobre a mesa. São todos iPhone. Logo, acho que até inconscientemente, eles deduzem que iPhone é o que importa. Alô pessoal! Vocês estão falando com 8,7% do público! Com um investimento semelhante, mas um pouquinho mais de planejamento, poderiam falar com praticamente todo mundo que está navegando no celular.

Porque meu GPS não fala com a web?

Passei a última semana no IPAE, aqui. É o colégio em que fiz o segundo grau (faz tempo!), um lugar fantástico, ao pé de uma montanha, região com paisagens inacreditáveis. Me hospedei no colégio com minha família, para matar saudades, e todos os dias saíamos para visitar algum lugar em Petrópolis ou Teresópolis.

Há catorze anos, quando estudei lá, telefonava para minha família uma vez por semana apenas, pois os interurbanos eram muito caros. Dessa vez, estava conectado via rede 3G o tempo todo. O mundo mudou muito rápido em catorze anos. Ponto para o 3G da Claro, que funcionou em todo lugar onde fui, inclusive em todo o trajeto paulista (Dutra, Carvalho Pinto, Ayrton Senna) e em boa parte do estado do Rio de Janeiro. Na região de Itatiaia virou 2G, mas continuou funcionando.

Antes de sair para viajar, usávamos o Google Maps e a Wikimapia para encontrar os pontos de interesse. O problema? Depois de encontrar o ponto de interesse, meu sobrinho tinha que digitar os endereços no GPS para obter a rota. E quando o ponto de interesse ficava no meio de uma estrada, o jeito era navegar à mão no GPS até o lugar, arrastando o mapa para cá e para lá.

Será que só eu sofri com isso? Vocês, meus bem informados leitores, conhecem algum aparelho de GPS que fale com a web, através de alguma integração maluca? O ideal seria GPRS. Seria muito interessante se, enquanto estou dirigindo, um passageiro pudesse pegar o GPS e ver a navegação acontecendo sobre a Wikimapia, por exemplo. Alguém já viu isso? Alguma idéia de como fazer?

Microsoft, Google e o poder da massa crítica

Está todo mundo por aí falando sobre:

  • Microsoft Surface, um computador-mesa realmente impressionante. Entre no site e veja alguns dos videozinhos que você vai entender.
  • Google Gears, uma extensão para Firefox/Internet Explorer que permite ao desenvolvedor web guardar dados locais, na máquina do usuário.
  • O Orkut agora permite que você cadastre feeds em seu perfil.

Quando olhei cada um desses lançamentos, tive a mesma reação: “Ah, grande coisa!”

Nenhuma dessas idéias é nova ou revolucionária. Começando pelo Surface, é uma coleção de idéias velhas. Já vimos parte delas implementada no iPhone e na maneira como o sujeito pode usar os dedos nele. A idéia de colocar um computador numa mesa ou permitir seu uso por mais de uma pessoa também não é nova. E a maquininha da Microsoft está saindo por 10 mil. Dólares.

O Google Gears merece um pouquinho de explicação antes de dizer que a idéia não é nova. O Gears tem três componentes importantes. O primeiro é um tipo de servidor proxy com cache local. É um pouquinho mais do que isso, mas no fim permite a uma aplicação web responder dados ao usuário uma única vez, e ele terá esses dados em sua própria máquina a partir daí. O segundo é um banco de dados local, que permite a uma aplicação web, por exemplo, funcionar offline. O terceiro é um mecanismo para fazer com que seus scripts possam ser executados em segundo plano, sem congelar o navegador. De verdade? Isso não é nem tão novo, nem tão revolucionário assim. Para o sujeito que está desenvolvendo um Gmail, pode fazer diferença. Mas para pequenas aplicações, ou mesmo as medianas, dessas que a gente desenvolve todo dia, tudo poderia ser resolvido com cookies e um pouquinho de inteligência, sem demandar a instalação de um plugin.

Por fim, os feeds no Orkut. Aqui a experiência de quem esperava algo realmente novo pode ser decepcionante. Leia os comentários do Charles Pilger sobre o assunto, por exemplo.

Apesar disso, há algo que pode realmente fazer diferença nesse tipo de produto: massa crítica, quantidade de usuários, visibilidade. O Surface pode mostrar ao mundo a idéia nova. Talvez eu nunca venha a ter um Microsoft Surface, mas quem sabe eu daqui a algum tempo comecem a vender o XingLing Surface, o Itautec Surface ou o Positivo Surface? Tenho perguntado ao auditório, nos Encontros Locaweb, quem usa leitores de feeds e quem fornece RSS de qualquer maneira. Num público de desenvolvedores, o número de pessoas que levantam suas mãos é assombrosamente baixo. Imagino que entre os seres humanos comuns este números deve ser ainda menor. Feeds no Orkut podem ser um excelente recurso educativo. Isso pode fazer muita gente descobrir o RSS.

Em relação ao Gears, assim como em relação ao Silverlight, que não está na lista acima porque já tem um tempo, acontece algo curioso. Quem teria coragem de apostar hoje numa tecnologia que exige a instalação de um plugin para que seu site seja usado? Se fosse qualquer empresa pequena que estivesse lançando um desses produtos, ele logo seria descartado como algo ridículo. Mas todo mundo tem suas em relação ao poder de empresas como a Microsoft ou o Google de fazer com que as pessoas instalem algo em suas máquinas.

Em suma, quando você tem metade da Internet usando seus produtos, as regras podem ser diferentes para você. E quando você lança um Google Notebook ou um Zune, as pessoas parecem se esquecer muito rápido que você fracassou.

Em relação ao fato de não haver nenhuma novidade nesses produtos, vale lembrar o que diz o Getting Real: uma boa idéia não vale quase nada, o que vale mesmo é uma boa execução. Embora o Surface não seja novo, parece pelos vídeos que foi executado de maneira exímia.

E, claro, a história dos computadores mostra que nem sempre os melhores vencem. Nada de certezas, por enquanto.

Links interessantes:

SMS de graça

Gizmo SMS. O primeiro desses serviços que eu vejo funcionar no Brasil. Acabo de enviar um SMS para o meu próprio celular[bb], Claro pós-pago de São Paulo. E, por incrível que pareça, chegou.

Há um limite de 120 caracteres porque eles inserem um pequeno texto logo depois da sua mensagem: Sent for FREE via www.GizmoSMS.com. E também algo parecido no começo da mensagem.

Eu gostei. Usuários de outras operadoras, planos e cidades, podem testar e comentar aqui os resultados, por favor?

Bloglines ainda reina supremo, pelo menos para mim.

Enquanto o Ronaldo está procurando uma alternativa para o Bloglines, o Henrique se assusta com sua popularidade.

Eu, por enquanto, continuo no Bloglines. Passei algum tempo usando Newshutch. As alternativas que eu tinha visto até então eram complicadas e lentas, e eu preferia um Bloglines sem Ajax a um Google Reader cheio de Ajax que só atrapalhava. Até que encontrei o Newshutch, que tem Ajax na medida certa e não confunde os feeds lidos com não lidos como o Bloglines tem feito. Passei um bocado de tempo usando o Newshutch, quase satisfeito, mas voltei para o Bloglines por um único motivo: é o único que funciona em meu Nokia 6111.

Leio e respondo meus e-mails nele, acesso o Internet Banking (só Bradesco, o Itaú por enquanto não funciona), publico coisas neste blog, no da Visie e no Tableless e modero comentários, acesso o Google Maps e, usando o excelente MobyExplorer, até publico fotos e conserto pequenos bugs de programação em situações de emergência. Todas as aplicações da Visie funcionam nele. Não vou abrir mão de algo tão simples quanto ler meus feeds.

Se você souber de algum agregador legal com suporte ao Opera Mini, por favor me avise para eu testar. Enquanto isso, continuo no Bloglines.

Obsoleto

iPhone

Milhões de felizes proprietários de iPod[bb] devem ter olhado para seus aparelhos com desdém ontem. A tecnologia tem esse poder estranho, muito parecido com o da moda, de fazer com que você ache, em pouco tempo, que aquilo que comprou não serve mais.
Quanto tempo vai levar para o iPhone estar obsoleto e as pessoas correrem atrás do iPhone mini, do iPhone nano, do iPhone 2.0 ou seja lá o que vier depois?
Numa discussão muito interessante sobre isso na radinho:

Bom, eu tenho um iPobre, desses mp3[bb] chineses a pilha, de 1Gb. Paguei R$ 200,00 no Stand Center 😉
As vantagens em relação ao iPod: a pilha dura quase duas semanas, não preciso me lembrar de carregar cabo, e é pequeno, muito pequeno. Do tamanho de um shuffle, mas com uma telinha, de maneira que eu posso escolher o que vou ouvir. É um pen drive, sem precisar instalar nada. E grava.
As desvantagens: preciso comprar pilhas. Agora estou usando recarregáveis. Não posso ler e-books, nem tenho agenda de contatos, para isso continuo usando o celular. Inclusive, descobri que ler e-books online no celular é bom o suficiente para que eu gaste algumas horas nisso. E não tenho “a experiência”, como um amigo, dono de um iPod, definiu a diferença entre meu aparelho e o dele.

Sinceramente? Estou bastante feliz assim. É muito bom fazer caminhada ouvindo música. Ponto.

Já o celular eu gostaria de trocar. Quero qualquer um capaz de rodar isso aqui.

E chega, por enquanto… 😉