Windows Media Video 9 no Ubuntu

Logo que publiquei o vídeo da palestra de Tableless que, por motivos alheios a minha vontade, estava em Windows Media 9, alguém me perguntou como fazer para tocar esse formato no Linux.

Bom, se você usa Ubuntu[bb], eu posso ajudar. Há maneiras de se fazer isso para qualquer distribuição, mas você vai ter que usar o Google 🙁

No Ubuntu, para variar, é bastante fácil. Eu uso os pacotes desse pessoal: Penguin Liberation Front. No Dapper, edite como root o arquivo /etc/apt/sources.list e inclua as seguintes linhas:


deb http://packages.freecontrib.org/ubuntu/plf dapper non-free
deb-src http://packages.freecontrib.org/ubuntu/plf dapper non-free

Depois execute:

wget http://packages.freecontrib.org/ubuntu/plf/12B83718.gpg -O- | sudo apt-key add -
sudo apt-get update
sudo apt-get install w32codecs

Pronto, você tem Windows Media 9 funcionando.

Hardware para produtividade

Algum investimento em hardware, nem sempre caro, pode tornar você bem mais produtivo. Tenho um notebook, da Itautec, um Celeron M 1.9 com 512MB RAM. Um máquina modesta, relativamente barata, mas que representa um investimento considerável. Comprei meu notebook na FastShop, onde achei preço melhor que na Santa Ifigênia com um atendimento de cair o queixo.

No dia em que peguei o notebook instalei o Ubuntu[bb], que funcionou automagicamente com quase todo o meu hardware. A placa de rede wi-fi, uma D-Link DWL-G630, foi a única coisa que me deu alguma dor de cabeça. Mas funcionou que é uma beleza ao seguir essa dica e, importante, usar o wlassistant ao invés do gerenciador de redes do Gnome (apt-get install wlassistant).

Notebook é um negócio viciante. Praticamente deixei de usar meu Desktop, mesmo ele tendo mais processamento e o dobro de memória. Para quem puder ter, recomendo.

Bom, de lá pra cá, comprei umas coisinhas que tornaram a experiência de usar o notebook muito mais divertida, e produtiva. A primeira coisa foi um segundo monitor. Na verdade, não comprei esse, tinha um enconstado aqui. Mas você consegue um bom o suficiente para usar como segunda tela por menos de R$350,00 se procurar bem. É o item mais caro de nossa lista. Usar duas telas, lado-a-lado, a do notebook e um monitor, é um negócio muito interessante. E essa é uma dica que pode servir pra você mesmo que você não tenha um notebook. Com uma placa de vídeo razoável e uma outra qualquer, que pode ser sua onboard, você pode ter duas telas em seu PC. Veja, por exemplo, esse screenshot (clique para ampliar):

Aqui tenho meu editor de código, o Kate, aberto na tela do notebook. Com a largura de 1280px, a tela me permite ter o navegador de arquivos e o navegador python abertos e ainda ter bastante espaço para editar código. Ao lado, no monitor, tenho navegador e cliente de MSN abertos. Esse é só um dos arranjos possíveis. Isso nos poupa muito trabalho também para fazer coisas com o segundo monitor como monitorar processos numa janela de terminal, conectar a um VNC ou XDMCP, rodar o VMWare, colocar as janelas de download e o que mais você imaginar.

Descubra neste artigo como configurar dois monitores no Linux e veja que idéia interessante essa aqui, usar cada tela para um computador diferente, usando o mesmo teclado e mouse para ambos. Já estou usando isso.

O segundo hardware interessante que comprei foi um adaptador Bluetooth USB. Tenho um plano GPRS de dados ilimitado da Claro (dica da Bia) mas não uso o tempo todo, então julguei que não valia a pena investir numa placa GPRS PCMCIA. Com o celular no bolso consigo navegar em qualquer lugar, mesmo sem um hotspot por perto. Claro, é meio devagar, mas quebra um galhão em lugares em que é a única opção. Paguei R$ 70,00 numa loja no Shopping da Barra, no Rio.

Depois, comprei um mouse USB. O touchpad do Itautec é legal. A rolagem com o touchpad é melhor que a rodinha do mouse, e estou usando mesmo com o mouse conectado quando tenho um texto longo para ler. Mas, como mouse, o touchpad é bem ruizinho. Paguei R$ 40,00 numa loja no Shopping Praia da Costa, em Vila Velha (ES). Em seguida, ganhei um mouse USB sem fio do Rigonatti.

Por fim, minha última aquisição, um Access Point. Se você tem um notebook com wi-fi e não tem Access Point, compre assim que puder. É muuuito bom, o tipo de coisa que você fica se perguntando como vivia sem. Agora tenho conexão boa em qualquer lugar da casa. E o Access Point custou menos de R$ 200,00 no Stand-Center (o Diego foi quem buscou pra mim).

Ou seja, como já tinha o monitor, gastei R$310,00 para ter conexão GPRS em qualquer lugar, wi-fi em casa, dois monitores em minha mesa e um mouse bom.

Vídeo Palestra de Tableless (cara, isso é que é hospedagem!)

Percebi agora, ao acessar meu painel de controle, que o Dreamhost dobrou a banda disponível e multiplicou por dez o espaço em disco. Agora eu tenho 200GB de espaço e 2TB de banda. É um absurdo!

O que fazer com tanta banda? Presentar vocês, meus fiéis quatro ou cinco leitores. Vou começar publicando um vídeo de uma palestra que dei no CPqD em Campinas, já tem algum tempo. Não é uma palestra da qual eu me orgulhe, na verdade. Estava meio perdido, com o auditório escuro, sem conseguir enxergar as pessoas. E falei demais. Por isso, se você assistir, me dê um desconto aí. Mas vou colocar essa porque é a única que eu tenho inteira em vídeo.

Lá vai: tableless.wmv (220,7 MB)

Me digam se gostaram, e se vale a pena publicar esse tipo de material. Se vocês gostarem, coloco mais coisa ali. Vamos usar o espaço que o Dreamhost nos dá 😉

E deixa eu fazer minha propaganda aqui: usando o promocode “DESCONTUDO” você pode ter esses 200GB, com PHP, Ruby-on-Rails, MySQL e domínios ilimitados por menos de US$ 4,33 por mês.

Update: O link já está funcionando. Eu tinha apontado meu servidor de DNS para o lugar errado. Desculpem a falha.

Update 2 (5 anos depois): Veja o vídeo aqui.

Python Eggs, e SQLObject no Ubuntu

A versão mais atual do SQLObject, a 0.7, melhorou muito em relação a que vem nos repositórios do Ubuntu[bb], a 0.6. Vou mostrar então como instalá-la, uma vez que ela não está disponível via apt. O truque é que ela é distribuída num Python Egg, um pacote contendo o código, outros arquivos que forem necessários, e scripts de instalação.

A instalação de Python Eggs foi feita para ser muito fácil. Primeiro, desinstale a versão atual do SQLObject, se você a tiver:

sudo apt-get remove sqlobject

Em seguida baixe a versão atual, no formato egg, adequada a sua versão do Python[bb]. Instale então, se você ainda não tiver, o pacote python-setuptools:

sudo apt-get install python-setuptools

Em seguida, para instalar:

sudo easy_install SQLObject-0.7.1-py2.4.egg

Claro, trocando o.7.1 e 2.4 pelos números da versão que você baixou. Pronto, está feito.

Del.icio.us para ler offline

Para baixar todos os favoritos do del.icio.us de alguém:

wget -H -r --level=1 -k -p -erobots=off -np -N --exclude-directories=elcio --exclude-domains=del.icio.us,doubleclick.net http://del.icio.us/elcio

Trocando elcio pelo nome de usuário desejado. Isso baixa todo o conteúdo linkado, incluindo imagens e etc, para que você possa ler offline. Vi aqui.

Para quem quiser saber mais do wget, um programinha que eu adoro, veja aqui.

Mergulhando no Python e uma possível violação da GPL

Terminei de ler agora o Mergulhando no Python. Já tinha lido o e-book, em inglês, Dive Into Python, cuja capa por sinal é muito mais bonita. Gostei bastante da tradução para português. Não é fácil encontrar boas traduções de livros técnicos e essa está bastante aceitável.
Um dos melhores livros de programação que já li, escrito sobre a melhor linguagem de programação com que já trabalhei. Não é para qualquer um, é um livro para quem já é programador. Se você estiver iniciando na área, não vai aproveitar tanto quanto os programadores mais experientes, mesmo assim vale a leitura. Gostei muito das partes sobre HTTP, tratamento de HTML[bb] e testes de unidade, além da parte inicial, o be-a-bá da linguagem, muito didático e bem humorado.
Ao final do livro, fiz uma coisa que não havia feito na versão em inglês: li os apêndices. E entre eles, estava lá o apêndice G (apêndice E na versão impressa): a licença GNU para documentação livre, que me deixou com a pulga atrás da orelha.
A seção 8 fala sobre traduções, e é pontual: ?A tradução é considerada um tipo de modificação, então você pode distribuir traduções do documento sob os termos da seção 4.? Além disso, ao finalzinho: ?Você pode incluir uma tradução dessa Licença desde que inclua também a versão original em inglês dessa Licença.? Bom, a editora Altabooks não incluiu uma cópia da versão original, em inglês, da licença.
A tal seção 4, que fala de modificações, me deixou mais encucado ainda. Dois trechos selecionados:
?Incluir, imediatamente após os avisos de copyright, um aviso de licença concedendo ao público permissão para usar a Versão Modificada sob os termos dessa Licença.?
?Preservar o endereço de rede, se houver, fornecido no Documento para acesso público a uma cópia Transparente do Documento.? (Cópia Transparente significa cópia digital. Eles chamam a cópia impressa de Cópia Opaca.)
Ao invés do ?aviso concedendo ao público permissão para usar? o livro, a Altabooks colocou, logo após o copyright original: ?Todos os direitos reservados e protegidos pela lei 5988 de 14/12/73. Nenhuma parte desse livro, sem autorização prévia por escrito da editora, poderá ser reproduzida ou transmitida sejam quais forem os meios empregados: eletrônico, mecânico, fotográfico, gravação ou quaisquer outros.? Isso viola também esse outro trecho da GPL: ?Você pode copiar e distribuir o Documento em qualquer mídia, comercialmente ou não, desde que … você não adicione quaisquer outras condições além das presentes nesta Licença.?
A seção 3 fala especificamente de cópias em grande quantidade. Veja esse trecho interessantíssimo: ?Se publicar ou distribuir Cópias Opacas do Documento em quantidade maior do que 100 unidades, você deve ou incluir uma Cópia Transparente legível por máquina junto com cada cópia Opaca, ou indicar, em ou com cada Cópia Opaca, um endereço de redes de computadores publicamente acessível que contenha uma Cópia Transparente completa do Documento…?
A Altabooks também não incluiu nenhum link para uma versão online do livro.
Os amigos mais instruídos que eu poderiam me ajudar a entender isso. Eu li errado, ou a Altabooks está violando a GPL? Qual o próximo passo? Com quem podemos reclamar nosso direito de ter uma cópia digital que possa ser livremente distribuída? Qualquer ajuda será muito bem-vinda.

Clonezilla, configurando um andar inteiro de computadores em 50 minutos.

Sua empresa acaba de comprar 50 computadores[bb] (ou, quem sabe, 500) iguaizinhos e você precisa configurá-los todos? Como fazer?

Bom, se você, como eu, trabalha com Linux, logo deve ter pensado em configurar uma máquina, usar dd para criar uma imagem do disco, e em seguida usar boot PXE (pela rede) com um scriptzinho para copiar a imagem para cada máquina. Se as máquinas tiverem que ser Windows, faria a mesma coisa, mas a máquina não estaria exatamente “pronta”. A imagem copiada estaria naquela parte do “digite o número serial”, com os drivers e programas a serem instalados já copiados no HD.

Pois não é que fizeram um software para automatizar essas tarefas? Clonezilla. Interessante.

Linux, Windows, Install, Clonezilla, PXE

Speedy e outros ADSL no Ubuntu

Algumas pessoas me escreveram nos últimos dias com a mesma dúvida: como configuro o Speedy no Ubuntu? A maioria tinha migrado do Kurumin[bb], que tem um atalho para isso no menu iniciar, e estava tendo dificuldades.

A dica: instale o pacote pppoeconf. Se você está sem internet no Ubuntu, pode baixá-lo em outro sistema operacional no site: packages.ubuntulinux.org.

Depois digite, num terminal: sudo pppoeconf

KLinkStatus

Às vezes tudo o que você precisa é de uma solução bem simples. KLinkStatus é assim. Um programinha para KDE que verifica links quebrados em seu site. Show de bola! Simples e funciona. Você diz o endereço para começar a busca e quantos níveis de recursividade sua busca vai ter. Ou seja, quão profundamente ele vai procurar, quantos níveis de navegação ele vai seguir. O formato de report é útil e fácil de entender, e ele exporta um relatório em formato HTML.

GimpShop

Gimpshop - Splash

Gimpshop, uma versão do Gimp modificada para ter menus e atalhos semelhantes ao Photoshop (em inglês.) Está certo, não vai transformar seu Gimp num Photoshop[bb], mas pode ser uma boa ajuda para quem quer aprender a usar o Gimp e está acostumado demais ao Photoshop.

Baixei o pacote Debian aqui (no final da página) e instalei (sudo dpkg -i gimp_2.2.4-2_i386.deb) . Executei e as coisas ficaram assim:
Gimpshop - Idiomas Misturados

Temos um Gimp Frankenstein, metade em inglês, metade em português. Para corrigir, escrevi este script aqui: gimpshopubuntu.sh. Se você tem links, pode executá-lo com o comando:

links --source https://elcio.com.br/bash/gimpshop/gimpshopubuntu.sh|sudo bash

Se não tiver links mas tiver lynx, pode executar o mesmo comando, basta trocar o nome do navegador.

Agora tenho:

Gimpshop

Ubuntu, Kubuntu, Linux, Gimp, Gimpshop, Photoshop

Applet do KDE: Mixagem de Som

Tenho em meu micro uns cabos compriiiidos, que comprei na Rua Sta. Ifigênia, ligando a saída de vídeo da placa GeForce[bb] na televisão da sala e a saída de áudio surround no aparelho de som. Além disso tenho um headset que uso no atendimento aos alunos da Visie.

O mixer comum do KDE, o Kmix, me obrigava a dar vários cliques para, por exemplo, deixar mudo o microfone ou abaixar o som da saída surround. Descobri um applet do KDE que facilitou minha vida.

Estou usando a versão 3.5 do KDE. Acompanhe-me: botão direito num painel qualquer. “Adicionar mini-aplicativo ao painel.” Em seguida encontre o applet:

Você vai ter com isso um mixer com todos os canais de áudio de sua máquina:

Para deixar mais útil, botão direito. “Canais”:

Em minha máquina eu deixei marcados apenas: “Master”, o som das caixas e do fone; “PCM”, para abaixar o som do mp3 nas duas saídas; “Surround”, para abaixar o som do aparelho que fica junto da TV; e “Mic” para controlar o microfone:

Assim ficou muito mais elegante, e útil:

E posso deixar o microfone mudo, por exemplo, com botão direito e “silenciado”:

Está aí a dica. Para mim foi muito útil.

Linux, KDE, KDE 3.5, Sound, Multimedia, Mixer

Picasa para Linux

Yes, eu tenho Picasa!
Picasa no Linux

Impressionante. O software que roda no Wine ou Crossover com a melhor performance que eu já vi. Ainda assim, é claro, não é nativo e fica um pouco lento. Tenho um Athlon 1800 1Gb RAM. Tive que desabilitar os efeitos visuais para usar o Picasa com mais conforto, em Tools -> Options -> General -> Use special effects in user interface.

Recomendo. Picasa é o sonho em matéria de gerenciador de fotos! A principal tarefa de um gerenciador desses, a busca, é feita com maestria. O programinha faz muito mais e tudo é muito fácil de usar. Se você nunca usou o Picasa porque não tinha versão para Linux[bb], experimente.

Ah, sim, as fotos no screenshot são da minha filha.

Google, Picasa, Linux, Wine, Windows, CrossoverOffice

Automatix

Ubuntu[bb] é o que há! Fácil de usar, estável e poderoso. Instalar programas nele, como eu já havia dito aqui, é muito mais fácil do que, por exemplo, no Windows. Mas as coisas começam a ficar mais complicadas quando o programa que você quer instalar não está disponível para Ubuntu.

Não que isso fosse um problema para mim. Não sou exatamente um usuário iniciante, embora não seja um profundo conhecedor de Linux, e instalar programas executando meia dúzia de comandos no Konsole não é um grande problema para mim. Mas, para o usuário iniciante, a tela preta sem botões coloridos pode ser apavorante.

Automatix resolve o problema!

Instalar o Automatix é fácil, embora exija algum contato com o console. Abra um terminal e digite:

wget http://beerorkid.com/automatix/automatix_5.8-4_i386.deb
sudo apt-get install zenity
sudo dpkg -i automatix_5.8-4_i386.deb

Pronto, em sua próxima sessão o Automatix deve aparecer no menu Sistema (se você usa KDE, se usa Gnome ele vai estar em algum outro menu, mas não deve ser difícil de encontrar.) Se você quiser usá-lo imediatamente, digite agora no terminal:

sudo Automatix

Na primeira vez que é executado o Automatix vai atualizar a lista de pacotes do sistema (ele adiciona novos repositórios ao seu sources.list) Em seguida você vê a tela:

Automatix Kubuntu Screenshot

Em inglês, é verdade, mas bastante simples. Basta selecionar o que você quer fazer e clicar no Ok que ele faz o resto para você. Lindo.

Linux, Ubuntu, Kubuntu, Automatix, HowTo

Veja, Lula… e o software livre

No Webinsider: Veja, Lula… e o software livre

Misturar política com software livre é perigoso. Software livre no governo implica em liberdade de escolha para o cidadão, ou seja, em não obrigá-lo a comprar (ou piratear) uma cópia do Windows para acessar serviços básicos ao cidadão (o caso do boletim de ocorrência online é um excelente exemplo.) E isso é bom não importa se você é de direita, de esquerda ou do andar de baixo.

Significa também segurança de que a Microsoft não está roubando dados sensíveis dos cidadãos brasileiros. Se parece paranóia minha, lembre-se que eles já fizeram isso com todo mundo. O registro de uma das versões do Office (97, se não me engano) enviava para a Microsoft dados sobre o Windows em que estava instalado e outras informações, como o MAC address da placa de rede do micro. Se fizeram isso conosco, você acha difícil imaginar que queiram fazer coisa pior com as máquinas que contém informações sobre todos os cidadãos, por exemplo, a minha e a sua declarações de imposto de renda? Entregar os dados de seus cidadãos para uma empresa estrangeira é ruim, seja você petista ou tucano, corinthiano ou palmeirense.

Software livre no governo significa também redução de custos e incentivo ao desenvolvimento de software nacional. Quão feliz você fica em saber que seus impostos foram parar em Redmond em troca de um produto pior do que uma alternativa livre?

Na iniciativa privada, bem como em sua casa, é realmente uma questão de gosto. Você usa Windows, Linux, Mac OS ou o que quiser. Se achar que MS-DOS é o que supre suas necessidades, problema seu. Mas no poder público estamos falando do meu e do seu dinheiro. Nesse caso, precisamos exigir a melhor escolha.

Se sua empresa possui um site que só funciona em Windows, eu compro de um concorrente. Faz todo o sentido. Não vou pagar R$ 499,00 num sistema que vai tornar meu micro instável e inseguro. Fiz isso com meu banco, e já estou pensando em fazer isso com o banco da empresa também.

Mas se o poder público me oferece um serviço que depende de Windows, não tenho como fugir para o concorrente. Ou seja, ou gasto meu dinheiro numa cópia do Windows, ou pirateio, ou tenho que pegar fila na delegacia!

Por falar nos R$ 499,00 do Windows XP Home, fiquei curioso para fazer as contas. Uso aqui uma máquina com Kubuntu 5.10. Dentre as maravilhas livres que tenho instaladas estão:

  • LTSP: trabalhamos duas pessoas aqui. Na mesma máquina. Tenho um thin client aqui ao lado, construído com um Pentium III 800 no qual paguei menos de R$ 300,00 (mais R$ 350,00 num bom monitor.)
  • Apache e MySQL: a dupla dinâmica que sustenta os sites mais visitados do planeta (além disso, tenho PHP, Python, Django, Ruby e Rails.)
  • OpenOffice.org: pacote de escritórios com editor de texto, planilha, software de apresentação de slides, banco de dados e programa de desenho vetorial.
  • Inkscape, Gimp e Scribus: Editor vetorial, bitmap e Desktop Publishing
  • Kommander, Glade, Quanta, Kate, KDevelop, Vim e uma porção de outras ferramentas de desenvolvimento.
  • Firefox, Opera, Konqueror, Lynx … (obs: Opera não é livre, você sabe)
  • Centenas de pequenos utilitários, como calculadora, editor de texto, programa de screenshots, régua de tela, visualizador de imagens, de PDF, de SVG, de Post Script, gerenciador de downloads, firewall, ferramenta de backup, agendador de tarefas, editor de áudio, media player e etc.

Vou tentar fazer as contas de quanto custa uma alternativa proprietária para cada programa destes. Começando com o sistema operacional, vou optar pelo Windows XP Professional e não o Home, tendo em vista que eu tenho no Linux coisas como editor de vídeo. R$ 639,00.

  • No lugar do LTSP usaria Wind0ws Terminal Service. Não encontrei preço disso. Um amigo me disse que pagou cerca de R$ 150,00 por estação. No meu caso, é uma estação apenas. (Se alguém souber um preço certo, avise que eu atualizo a conta aqui.)
  • No lugar de Apache e MySQL usaria IIS (já está incluso no XP Pro) e MS SQL Server. A versão que eu uso do MySQL é ilimitada, mas, como é meu Desktop, posso me contentar com uma versão de desenvolvimento do MS SQL Server. R$ 325,00 (uma versão para substituir o Postgre do servidor custaria absurdos R$ 19.125,00!)
  • No lugar do OpenOffice.org, o MS Office. Versão Professional, que vem com Access: R$ 1.579,00
  • Vou usar o (argh!) Publisher que vem no Office para substituir o Scribus, assim a gente economiza. No lugar do Inkscape e do Gimp, Illustrator e Photoshop. Aqui temos uma situação única! Nesse caso, o software proprietário é melhor do que o livre. Nos outros pontos todos estou trocando o software livre por um pior. Illustrator + Photoshop = R$ 3.582,86
  • Para economizar, vou adotar como ferramenta de desenvolvimento o Visual Studio Standard. R$1.099,00
  • Navegadores, vou continuar usando o Firefox como navegador principal. Sim, eu sei, há o Internet Explorer e o Opera, que são proprietários, mas para desenvolver eu realmente preciso das extensões do Firefox.
  • Não vou calcular preço para os pequenos utilitários, porque a maioria a gente consegue de graça, basta ter tempo e paciência.

Vamos somar? Ops, calma, não é só somar! Tenho duas estações aqui. Para alguns programas tenho então que pagar duas vezes!

Valor final: R$ 12.536,12

Entendo que tem muita gente que acha válido esse investimento. Principalmente profissionais de artes gráficas que realmente vão ser muito mais produtivos com o pacote da Adobe. O problema é que não é uma boa escolha para mim. Mas, se eu quisesse ter uma plataforma de software capaz de acessar um site feito apenas para Internet Explorer, e que fosse funcional o suficiente para substituir a minha atual, esse é o investimento que eu teria que fazer. E não seria tão funcional quanto minha plataforma atual, apenas o suficiente para que eu consiga trabalhar.

Além disso, eu teria que me preocupar com manutenção, atualização, anti-vírus, firewall, spywares e etc. Instalei meu Kubuntu há quase um ano, sobre um Kurumin que funcionava muito bem. Desde então não tive uma pausa por bug de sistema, a atualização automática me consome dez segundos por semana, e não gastei tempo nenhum com manutenção. Instalações são extremamente simples. A coisa mais complicada que fiz desde então foi instalar o LTSP, que me levou umas duas horas. O restante, coisa de dois cliques. E, depois de instalado, manutenção zero. Gostaria que alguém me explicasse como o TCO de um sistema assim pode ser maior.

Linux, Lula, Veja, Brasil, OpenSource, Windows, Microsoft

Wengo

Vi, na Tux Magazine desse mês: Wengo (que site horrível!), telefone VoiP mais barato que o Skype. Interessante, o client é opensource.

A ligação local para mim, usando o Livre da Embratel, sai por R$ 0,115 o minuto, impostos inclusos. Usando Wengo sairia por R$ 0,053, e usando Skype[bb] por R$ 0,063. Ligação para a Paraíba, no Wengo, sai por R$ 0,111 (mais barato que a ligação local no Livre) e no Skype por R$ 0,132. A ligação para celular aqui em São Paulo sai por R$ 0,80 no Livre. No Skype qualquer celular no Brasil fica por R$ 0,519. No Wengo, só GSM por enqüanto :-( Mas o preço é imbatível: R$ 0,222 o minuto para qualquer celular GSM no Brasil!

Alguém aí conhece o tal do Wengo? Pode recomendar? Funciona?