A experiência de uso Linux

Sobre as grandes diferenças: Coisas que posso fazer em Linux e em windows não

Sobre as semelhanças (e as pequenas diferenças): Linux[bb] x Windows

Se você trabalha com internet, essa série deve interessá-lo:

Por falar nisso, no terceiro artigo dessa série o perguntou nos comentários:

Como você, vim do Windows/DreamWeaver para Linux/?(ainda). Gostei do
que vi no QuantaPlus, realmente é excelente, porém um das vantagens que
eu via ao usar o DreamWeaver com seu FTP era
o de ter sempre a certeza de pegar a última versão do programa e não
precisar me preocupar em enviar o arquivo certo e se está na última
versão. Eu abria o arquivo direto do ftp, ele baixava o último
(inclusive as dependências) abria na minha tela, eu editava (um ou mais
de um) salvava e o DreamWeaver já efetuava o Upload. Eu gostaria de
saber como é o seu procedimento agora. De repente eu também mudo e vejo
as vantagens. Sempre devemos estar aberto a aprender, né?

Tentei responder por lá, mas o sistema matemático parece funcionar com uma matemática diferente da minha. Então minha resposta vai aqui:

araujo,O Kate faz isso que você está querendo. Ele tem uma barra lateral de navegação em arquivos. Você pode adicionar um favorito ali no formato:

ftp://usuario:senha@servidor.com.br/pasta

Também suporta uma série de outros protocolos, como o sftp. Adicionando o favorito, é só clicar nele que o Kate lista os aruqivos e pastas. Clicando num arquivo o Kate abre diretamente do FTP, e se você salvar, salva direto lá também.

A dobradinha nautilus/gedit também torna isso transparente para você. Se você se conecta a um servidor de FTP pelo nautilus, pode clicar com o botão direito em qualquer arquivo e escolher “Abrir com Editor de Textos”. O nautilus também coloca o servidor de FTP como um dos caminhos possíveis nas caixas de abrir e salvar do gedit.

Quem tem medo do terminal?

Estava ajudando um amigo a instalar o Ubuntu[bb] em sua máquina, tentando evitar, a todo custo, me conectar por ssh. E tentando evitar também o uso de terminal, pois meu amigo estava migrando de Windows e parecia ter um certo receio da tela preta. Tivemos alguns problemas com o Automatix, e entrei no canal #ubuntu-br da Freenode para perguntar. Fiquei impressionadíssimo com a solicitude das pessoas que estavam online. Uso bastante irc, e é comum estar em canais sobre Python[bb], SQLObject, Javascript e etc. E sei que geralmente quem se dá ao trabalho de estar ali é porque realmente gosta de ajudar. Mas o pessoal da #ubuntu-br foi especialmente paciente e atencioso.

Depois que desconectei, recebi até um e-mail do Vinícius Depizzol sanando as dúvidas que haviam ficado pendentes. Obrigado Vinícius, obrigado ao pessoal do #ubuntu-br.

Uma das coisas que o Vinícius me mostrou é que eu não preciso de Automatix. Quase tudo o que se faz por ele pode ser feito pelo Ubuntu, na interface gráfica, sem nenhum programa especial. Boa parte no menu “Aplicações” -> “Adicionar/Remover”. E o que não dá para resolver lá geralmente é muito fácil de fazer no terminal.

Isso me fez pensar. Nós, programadores, sabemos que o terminal (shell, console ou como você preferir chamá-lo) é a ferramenta mais poderosa dos sistemas Unix. Não há outra maneira de se obter a rapidez e flexibilidade que se tem num terminal.

Estes dias vi um amigo fazendo algo curioso. Ele precisa copiar uma pasta no servidor, chamada “site”, para “sitenovo”, para começar a trabalhar no novo site. Ele se conectou por FTP, copiou a pasta inteira para a sua máquina (eram alguns megabytes) renomeou e enviou de novo para o servidor. Mais de meia hora de trabalho. Ele poderia ter se conectado via SSH e feito:

cp -r site sitenovo

E em menos de um minuto a cópia estaria feita.

Claro, isso não é novidade nenhuma para o usuário de Linux que já lida com o terminal há algum tempo. Um administrador de sistemas Linux é uma pessoa muito mais feliz graças ao terminal. Mas como fazer com que o usuário de interface gráfica, que não tem gosto pela linha de comando, não perca o tempo que meu amigo perdeu? Como fazer com que o webdesigner que publica arquivos num servidor remoto aprenda pelo menos o básico? Que ele saiba copiar, mover, apagar e editar arquivos e diretórios, navegar por diretórios, sincronizar diretórios, comparar arquivos, criar pequenos scripts para automatizar tarefas e editar o seu crontab?

Política de Segurança do Bradesco! Raios Múltiplos!

O Bruno começou: Bradesco: O pior internet banking que eu já vi.

É mesmo, de longe, o pior que eu conheço. Sou cliente Bradesco e Itaú há um bocado de tempo. Mantenho minha conta no Bradesco por uma série de motivos. Primeiro, porque eles me ofereceram crédito pessoal, cartão de crédito, cheque especial e uma porção de outras facilidades, sem que eu precisasse ir até o banco pedir. Sei que eles não fazem isso por bondade, que é interesse do banco que eu me endivide e pague juros a eles. Mas no Itaú, tendo praticamente o mesmo tempo de conta e tendo durante alguns anos movimentado mais dinheiro lá do que no Bradesco, não tenho nem talão de cheques. Eu sei que se for à agência pedir é capaz de conseguir essas facilidades, mas, caramba, tenho que ir à agência?

Há outros motivos para manter minha conta no Bradesco. Embora seja considerado um “banco das massas” e muita gente reclame das filas, tenho tido muita sorte com o atendimento deles na agência. A rede de caixas eletrônicos também é exemplar. Onde eu vou tem um caixa Bradesco Dia e Noite. E, se não tiver, eles ainda têm convênio com a rede 24 horas, embora aí eu pague para sacar. Isso é bem melhor que o sistema do Itaú, onde eu só posso sacar em caixas eletrônicos do próprio Itaú, tenho um limite (pequeno) de saques por mês e, se sacar além do limite, pago uma tarifa por cada saque extra. Além disso, se faço um saque em qualquer caixa eletrônico fora da agência, num supermercado, posto de gasolina ou rodoviária, por exemplo, também pago por aquele saque. Além disso, as tarifas no Itaú são um assalto!

Me sinto entre a cruz e a espada com os dois bancos.

Um ponto para o Bradesco: Uma vez perdi meu cartão do Itaú. Tive que ir até a agência para assinar uma solicitação de um novo. O gerente me deu um prazo, mas a única maneira de saber se o cartão já havia chegado era telefonar para o gerente ou ir até a agência. Acontece que ninguém consegue telefonar para o gerente. Quando o cartão finalmente chegou, o gerente me entregou o cartão e me disse que eu tinha que cadastrar uma senha para liberar o cartão para uso. E para isso, tinha que pegar a fila do caixa. Era o quinto dia útil do mês, a fila era uma daquelas que quase não cabe na agência. No Bradesco, quando meu cartão quebrou, fiz o pedido de um novo por telefone e o recebi em casa.

Um ponto para o Itaú: há pouco tempo eu me mudei e resolvi transferir as contas para uma agência perto de casa. No Itaú a moça digitou meia dúzia de coisas no computador, me deu um único documento para assinar e colou um adesivo em meu cartão com o número da nova conta. Pronto, a conta estava transferida e eu já podia movimentá-la. No Bradesco me pediram uma carta, de próprio punho, solicitando a mudança, me deram um documento de encerramento da conta antiga para assinar, mais toda a papelada de abertura de uma conta nova. Maços e maços de papéis para assinar. Aliás, o Bradesco parece que adora gastar papel. Está bem que eles trabalham com papel reciclado, mas acho que eles fariam mais bem à Natureza se simplesmente poupassem a metade do papel que gastam.

No fim, não sei que banco escolher. Não se também se abro uma conta em um outro e encerro as duas que tenho.

Agora, falando em políticas de segurança, o Bradesco realmente é o campeão da chateação. Uma vez minha esposa telefonou para o Fone Fácil, que devia se chamar Fone Difícil. Ela não estava acostumada às confirmações de cadastro. Aqui em casa, quando a gente precisa telefonar para a companhia telefônica, o banco ou qualquer outro fornecedor de serviços, geralmente sou eu que faço. Você nunca foi pego de surpresa quando perguntam sua idade? Principalmente perto do seu aniversário? Foi o suficiente para bloquearem a conta dela e ela ter que ir até a agência para resolver o problema.

Esse tal “Cartão Chave de Segurança Bradesco” é a coisa mais famigerada que já inventaram. O Itaú tem um igualzinho, mas o Bradesco me pede o cartão para acessar também o Fone Fácil, que devia se chamar Fone Difícil, e para fazer saques no caixa eletrônico.

Preste atenção nos passos para saber meu saldo no Internet Banking:

  1. Acesso o site do Bradesco.
  2. Digito agência e conta e Enter.
  3. Espero, dependendo da conexão muito, até carregar um applet Java.
  4. Digito minha senha eletrônica (não é a mesma do cartão para saque) usando o teclado virtual.
  5. Digito minha frase secreta (pelo menos 22 letras) e Enter
  6. Aparece uma tela me pedindo um dos números do meu cartão chave. Tiro o cartãozinho odioso da carteira, encontro e digito o número pedido e Enter.
  7. Pronto, aparece meu saldo. Viu como é fácil?

Um cliente Bradesco tem:

  1. Uma senha do cartão de débito
  2. Duas letras secretas para usar o caixa eletrônico
  3. Uma senha eletrônica para Internet e Fone Fácil
  4. Um cartão de segurança com 70 números

E de vez em quando ainda te pedem para confirmar dados pessoais em algumas operações.

Por fim: estava tentando testar um serviço novo, o NovoFax, mas não consegui porque o sistema da Visa me manda para o Bradesco quando tento fazer uma compra, e, embora o site e o Internet Banking funcionem no Firefox, os sistemas de pagamento eletrônico não. Estou pensando aqui se assino via boleto ou simplesmente desisto.

Fooooo!

en.fooooo.com

Um meta-buscador de vídeos. Busca no Google Video, no YouTube, e numa porção de outros pequenos e médios. A parte interessante é que os resultados de busca são melhor apresentados do que em qualquer outra dessas ferramentas. Ou seja, além da vantagem de buscar em vários serviços de vídeo ao mesmo tempo, oferece uma excelente experiência de uso.

Da próxima vez que eu quiser vídeo, se conseguir me lembrar do domínio bisonho, fooooo!

Sobre Tecnologia e Burocracia

Estava lendo sobre o trabalho que o Cris Dias vai ter para provar que pagou o aluguel e fiquei me perguntando porque as pessoas não investem em tecnologias desburocratizantes.

Fila de banco, por exemplo, é uma coisa absurda. Tem sempre uma porção de gente lá que não tem acesso a internet, por isso paga suas contas no banco. Mas também tem um bocado de gente que está na fila porque a conta está atrasada. Se houvesse um jeito qualquer de se pagar contas atrasadas pela internet, acredito que as filas em banco iam se reduzir drasticamente, principalmente pela ausência daqueles office-boys com trinta boletos que o patrão não conseguiu pagar na data.

Aliás, governo e bancos são os campeões da burocracia[bb]. Depois que abri a Visie, cada vez que vou ao contador ou ao banco, assino um maço de papéis. Outra coisa que me encuca muito é a necessidade de autenticar documentos e reconhecer assinaturas em cartório. A história e o funcionamento dos cartórios no Brasil são uma celebração da burocracia.

Você que é empresário, ou que é o responsável pela definição de processos na sua área de atuação, desburocratize:

  • Ao invés de imprimir um boleto e enviar pelo correio, ofereça a seus clientes a opção de receber o boleto por e-mail.
  • Ao invés de pedir que eles preencham um papel e enviem pelo correio ou por fax, permita que eles preencham um formulário em seu site. Se isso não for possível, permita pelo menos que enviem os documentos por e-mail.
  • As pessoas não querem ter com elas uma segunda via de cada papel que assinam. É claro que, se alguém assina um contrato, quer ter uma via consigo. Mas você não precisa entregar para as pessoas segundas vias de tudo.
  • Um scanner é um instrumento muito poderoso. Ao invés de pedir três cópias de um documento para três departamentos diferentes de sua empresa, você pode pedir uma cópia só e digitalizar, de modo que fique disponível para todo mundo que precisar.
  • Pense em scanner, e-mail, e gerenciamento eletrônico de documentos. Proíba as pessoas em sua empresa de entregar documentos impressos umas às outras.
  • Um modem também pode fazer maravilhas. Ao invés de imprimir um documento para enviá-lo por fax, você pode enviar o fax direto do computador, sem derrubar florestas. Também pode receber fax direto no computador, e depois não precisa escaneá-lo.
  • Adoro a possibilidade que alguns serviços oferecem de, se atraso um boleto, poder entrar no site e eu mesmo gerar um boleto com a multa inclusa e nova data de vencimento, que eu posso pagar pela internet.
  • Não exija um papel se isso não for realmente necessário.
  • Não exija uma cópia de um documento se você só precisa do número.
  • Dependendo do porte da sua empresa ou departamento, avalie a possibilidade de ter um servidor de arquivos centralizado, talvez com acesso remoto. As pessoas se sentirão mais seguras se souberem que todos os seus documentos estão num único lugar, acessível de onde elas estiverem, com backup e controle de versão diários.
  • E que tal e-mail e fax centralizados? Você pode ter, por exemplo, um endereço de email fax@suaempresa.com.br, de modo que seus funcionários precisem apenas anexar um documento ao e-mail e colocar o número de telefone no título e o documento será enviado por fax automaticamente para aquele número.

Um servidor de arquivos, e-mails e fax pode não ser tão caro quanto parece, principalmente trabalhando com Linux[bb]. Avalie antes de dizer que acha que é demais para você hoje.

E por fim, se você acha que burocracia é um resquício da ditadura, coisa de empresas antiqüadas nascidas na pré-globalização, saiba que meus dólares estão presos no Google Adsense até que eu encontre uma maneira de passar um fax para eles. 😛

De novo, boa propaganda faz milagres

Humanized

É um Katapult, um QuickSilver. Só que rodando em Windows. Ou seja, nada de novo, mais uma vez o Windows tem a mesma coisa que os outros sistemas, com alguns meses ou anos de atraso. E parece maravilhoso porque muito usuário de Windows nunca viu nada parecido.

Assista o vídeo e veja no final, onde aparece o desenvolvedor com a barba engraçada. Na parte em que ele fala sobre como estender o sistema, preste atenção na linguagem de programação que você vai usar se quiser ensinar novos truques.

Antes que alguém venha dizer que o Katapult ou o QuickSilver não fazem todos os truques que o Enso, eu quero lembrá-lo de que estamos falando de sistemas Unix. O shell do Unix é a coisa mais flexível que já se inventou em relação à integração de programas diferentes. Tomei um tempinho agora e escrevi 18 linhas de Python + Shell Script, para tentar fazer algo parecido com o que o Enso faz. Veja o resultado:

Usei o próprio Katapult, o Kmenuedit para criar as entradas e colocar os ícones, e o xvkbd para falar com as aplicações abertas. Levei uns 30 minutos, incluindo a gravação do vídeo. Se gastar mais um tempo nisso, é possível fazer muita coisa legal.

Bloglines ainda reina supremo, pelo menos para mim.

Enquanto o Ronaldo está procurando uma alternativa para o Bloglines, o Henrique se assusta com sua popularidade.

Eu, por enquanto, continuo no Bloglines. Passei algum tempo usando Newshutch. As alternativas que eu tinha visto até então eram complicadas e lentas, e eu preferia um Bloglines sem Ajax a um Google Reader cheio de Ajax que só atrapalhava. Até que encontrei o Newshutch, que tem Ajax na medida certa e não confunde os feeds lidos com não lidos como o Bloglines tem feito. Passei um bocado de tempo usando o Newshutch, quase satisfeito, mas voltei para o Bloglines por um único motivo: é o único que funciona em meu Nokia 6111.

Leio e respondo meus e-mails nele, acesso o Internet Banking (só Bradesco, o Itaú por enquanto não funciona), publico coisas neste blog, no da Visie e no Tableless e modero comentários, acesso o Google Maps e, usando o excelente MobyExplorer, até publico fotos e conserto pequenos bugs de programação em situações de emergência. Todas as aplicações da Visie funcionam nele. Não vou abrir mão de algo tão simples quanto ler meus feeds.

Se você souber de algum agregador legal com suporte ao Opera Mini, por favor me avise para eu testar. Enquanto isso, continuo no Bloglines.

Gravação de screencast no Ubuntu é com o recordmydesktop

Já tinha usado duas ferramentas para gravar screencasts no Linux[bb]: o xvidcap e o ffmpeg. Dois programas cheeeios de opções. O ffmeg é um programa de terminal para trabalho com mpeg em geral, que além de gravar screencasts faz muito mais. O xvidcap é um programa com interface gráfica, feito para a gravação de vídeos do Desktop, mas nem por isso menos complicado que o ffmpeg para se produzir um screencast.

Descobri recentemente o recordmydesktop, que me faz aposentar os outros dois. No fórum do Ubuntu há link para os pacotes deb. É preciso ter um login no fórum para baixar os pacotes. Baixe e instale os dois (duplo clique deve abrir o pacote no instalador de pacotes do Ubuntu.)
O programa, depois de instalado, vai estar em Aplicações -> Som e Vídeo -> gtk-recordMyDesktop. Experimente. Você vai ver como é sem graça. Descontando o fato de estar em português de Portugal e com os acentos errados, o programa funcionou perfeitamente aqui. Você abre o programa, escolhe a região da tela que quer gravar, clica em “Gravar” e pronto. Há uma série de configurações no botão “Avançado”, mas as escolhas para as opções mais comuns já foram feitas para você, de modo que se você não clicar em “Avançado” e for direto ao “Gravar” o programa deve funcionar perfeitamente.

O programa vai gerar um ogg, cujo nome padrão é out.ogg. Para convertê-lo para um formato DiVX mais fácil de se abrir no (argh!) Windows, você pode fazer:

mencoder out.ogg -o pronto.avi -oac mp3lame -ovc lavc -lavcopts vcodec=msmpeg4v2

Divirta-se.

Cite Bite, uma idéia ruim

Um bocado de gente começou recentemente a usar o Cite Bite para linkar para citações de outros sites. A citação pode ficar, por exemplo, assim:

PS: Se você tem talento e disposição para criar uma “mensagem-modelo”, com campinhos para preencher e enviar, principalmente para os tribunais, por favor faça isso. Você vai estar ajudando muito com um pouquinho de seu tempo.

Elcio Ferreira

Clique no link com meu nome e você vai entender o que é o Cite Bite. O recurso parece interessante à primeira vista. O problema é que isso quebra um dos mecanismos básicos da interação entre os blogs: o link.

Quando você linka para um outro blog você está favorecendo o blog linkado:

  1. Está enviando usuários para lá. Esse é, claro, o ponto mais óbvio.
  2. Está enviando um pingback. Isto é, se o seu sistema de blogging for esperto o suficiente para isso. Se você não sabe o que é pingback (e trackback) entenda isso melhor aqui.
  3. Está dando pontos ao site no Google Ranking. E o Google funciona por causa dessas milhares de pequenas contribuições voluntárias, os links. Cada link é um voto.

Nada disso aí acontece quando você linka para o Cite Bite. Vai haver um link a menos para o blogueiro que escreveu algo tão bom que merece sua citação.

Para complementar, o Cite Bite pode causar problemas para o seu usuário. Aquela barra vai causar problemas se o site linkado coloca coisas no topo usando, no CSS, position:absolute; e os javascripts e mesmo o layout do site podem não funcionar corretamente.
Linke direto para o blogueiro, a fonte original.

Lasagna, o mini-framework

Para mim é difícil dizer quem foi a grande estrela do Intercon 2007: o Luli ou o Twitter. Durante as palestras víamos boa parte do público de cabeça baixa, olhando para seus celulares[bb], exercitando freneticamente seus polegares.

Saindo do Intercon e voltando ao mundo real descobri um fato estarrecedor: a maioria das pessoas não sabe o que é o Twitter. Mesmo num evento de desenvolvedores de que participei no domingo, ninguém sabia o que era! Então vamos começar com o básico:

Qualquer um pode entrar lá e criar uma conta. Em seguida o twitter pergunta “o que você está fazendo agora?” E você pode entrar lá, quantas vezes quiser, e dizer o que está fazendo agora. E também pode encontrar seus amigos lá e clicar em “follow”. Ao fazer isso, você é avisado sempre que um deles escrever alguma coisa. Isso pode ser simplesmente publicado em sua página no Twitter ou enviado para você por Gtalk ou SMS. Você também pode escrever via Gtalk ou SMS, sem abrir a página do Twitter.

Da primeira vez que vi isso, pensei que fosse completamente inútil. Ora, o que alguém poderia escrever diferente de “escrevendo no twitter”. E que interesse eu tenho se fulano está escovando os dentes ou ciclano está alimentando os gatos? Durante um bom tempo eu, e uma porção de gente que eu conheço, se recusou a usar o Twitter.

Quando resolvi dar uma chance ao Twitter, comecei a entender de verdade seu valor. O truque número um é que você pode responder ao que alguém disse, basta começar sua mensagem com @nomedosujeito. O truque número dois é que você pode escrever o que quiser, não apenas o que está fazendo agora.

Veja, por exemplo, o que aconteceu no Intercon. Durante uma palestra alguém tem uma dúvida ou uma idéia genial. Ao invés de cochichar com a pessoa ao lado, escreve no twitter. É como se estivesse cochichando com cem ou duzentas pessoas que podem responder. Imagine uma sala de bate-papo onde você só escuta quem você escolheu, e que funciona muito bem em seu celular.

Outro exemplo, você resolve almoçar no intervalo do evento. Publica no twitter onde está e para onde vai. Seus amigos ficam sabendo e podem responder na hora. Pense na troca de SMS que você já faz, mas em grupo. Sabe aqueles filmes em que a equipe dos mocinhos tem um comunicador em que quando um fala todo mundo ouve?

Claro, esse é o uso que eu estou fazendo do Twitter, não quer dizer que é o único ou “o jeito certo”. Mas, a julgar pela quantidade de gente que estava usando assim no Intercon, deve ser um dos melhores usos. Os resultados? Confira o que o Manoel Netto escreveu sobre o assunto.

Entenda bem, não é o Twitter, é o fato de estarmos conectados o tempo todo, do mesmo jeito que não era o Napster, era o fato de podermos compartilhar nossas músicas, e não era o ICQ, mas o fato de poder falar com gente do mundo todo, inclusive meus vizinhos. Não sei se o Twitter vai continuar a ser usado por anos, ou se vai surgir algo que vai conseguir substituí-lo, não importa. O que importa é que podemos nos falar, estamos conectados, em qualquer lugar e sempre que quisermos, e em grupo. Isso é algo completamente novo, e muda muita coisa.

Dez bons hábitos no console do Linux

Para aqueles que foram ao workshop, e saíram de lá querendo aprender mais sobre o bash, o shell do Unix[bb], lá vai:

Learn 10 good UNIX usage habits

Muito, muito bom. Sobre a dica do xargs poder ser usado em combinação com outros comandos que não o find, eu gostaria de acrescentar que, ao usar o find, muitas vezes você não vai precisar do xargs. Existe uma opção do find, -exec, que executa o comando que vier depois. Tudo o que vier depois de -exec até o próximo “;” será passado ao comando, e a string especial “{}” será substituída pelo nome de arquivo encontrado.

Por exemplo, o comando:

find -name "*.bak" -exec mv {} ../trash/{} ";"

Move todos os arquivos bak do diretório atual e subdiretórios para a pasta ../trash. Veja, por exemplo, esse outro:

find -name "*.php" -exec grep -l password {} ";"

Vai listar todos os arquivos php dentro do diretório atual que contém a string “password”.

De quantas etapas você precisa para fazer isso na interface gráfica? E se tiver que fazer isso todo dia, três vezes por dia?

Compartilhando seus feeds com OPML no Bloglines

Voltei para o Bloglines. O Newshutch é muito, muito legal, mas eu não consigo mais viver sem poder acessar meus feeds no celular. Aliás, foi o celular quem me fez ver a real vantagem da campanha Feed Zero. No desktop, não me incomodava nada clicar no título do post no leitor de feeds e ler o texto no próprio blog. Mas no celular isso é muito ruim, principalmente porque o navegador não tem abas.

E de quebra o Bloglines me dá uma outra vantagem: OPML atualizado automaticamente.

Se você leu o post do Henrique e ficou com vontade de compartilhar seus feeds também, se usa Bloglines, recomendo que faça como eu. Você precisa configurar o Bloglines para compartilhar seus feeds, clicando na aba Share e escolhendo um nome de usuário. Se você tiver feeds protegidos por senha, como os do Gmail e do Basecamp, vai precisar torná-los privados. Faça isso clicando feed e depois em “edit subscription”.

Ao escolher seu nome de usuário, o Bloglines vai criar uma url com ele para o compartilhamento de seus feeds. A minha é:
http://www.bloglines.com/public/elcio

E o Bloglines também disponibiliza, automaticamente, seu OPML atualizado. O meu está aqui:
http://www.bloglines.com/export?id=elcio

Então, ao invés de copiar o OPML para o seu site e ter que se lembrar de atualizá-lo cada vez que cadastrar um feed novo, você pode apontar seus diretamente para o OPML gerado pelo Bloglines. O código no head de minha página ficou assim:

<link rel="outline" type="text/xml+opml" title="Elcio Ferreira's feeds"
href="http://www.bloglines.com/export?id=elcio" />

Pronto. Troque meu nome pelo seu, meu id pelo seu, coloque isso aí no head de suas páginas e mostre ao mundo o que você anda lendo.

E para quem não leu o post do Henrique, fica a dica: instale a OPMLReader, você vai entender.