Ubuntu e o poder do Open Source

Bill Gates recomenda Ubuntu

Uma das grandes vantagens do open source, algo que na maioria dos softwares conhecidos é o que realmente movimenta o projeto, é o fato de que qualquer um pode colaborar. Você pode alterar e melhorar um software, enviando as correções para o autor, ou pode criar um “fork”, uma versão sua daquele software. Pode também criar ferramentas para o software, criar arte como temas, templates, ícones, e até criar suas próprias campanhas de divulgação.

Veja por exemplo o Wubi. É um instalador de Ubuntu para usuários de Windows[bb]. Com ele você pode instalar o Ubuntu em seu computador com Windows no tradicional esquema Redmond “Next-Next-Finish”. O Wubi instala o Ubuntu numa “partição virtual”, um arquivo dentro do sistema de arquivos do Windows. Ou seja, você não precisa se preocupar em gravar um CD, formatar ou particionar seu HD e outras tarefas espinhudas.

O Wubi não é uma ferramenta oficial da distribuição. Foi feito por alguém que queria colaborar com o Ubuntu. Software livre é isso aí.

Você pode colaborar como quiser. Por exemplo, criando uma capa personalizada para o seu DVD do Ubuntu e compartilhando com quem quiser.

xSpec, o emulador de Sinclair ZX Spectrum

Para os que gostam da história da informática: o primeiro computador em que eu programei na vida foi um Sinclair ZX Spectrum, que aqui no Brasil se chamava TK-90X. Pois não é que o saudoso micrinho fez 25 anos mês passado?

Baixei nos repositórios do Ubuntu o xspec, um emulador de Spectrum, para ver se eu ainda sabia alguma coisa de BASIC, e fiz um videozinho para que os mais novos nesse negócio possam ver um pouquinho de como foi o início da programação em microcomputadores:

Ah, que saudades!

Songbird ainda não está pronto para mim

Como todo mundo anda elogiando, resolvi testar o Songbird. O programa é lindo! Mas eu acho que ainda não vou conseguir usá-lo. Talvez eu não tenha entendido direito o funcionamento do programa, e algum leitor mais esperto do que eu possa me ajudar.

Eu entendi errado ou o Songbird não entende feeds de Podcast? Só consegui pedir ao programa para assinar o conteúdo de uma página, que carregue no navegador, não um feed XML[bb]. No caso de feeds que possuem uma folha de estilo XSLT para o navegador, como os do Feedburner, a coisa funciona porque o Songbird os entende como uma página web:

Songbird vendo um feed no Feedburner

Já se o arquivo XML não tem nenhuma mágica associada a ele, veja o que acontece:

Songbird vendo um feed XML

Ou seja, eu preciso visitar o site, e mandar o Songbird “assinar” a página que contém a lista de arquivos mp3. Há uma série de problemas com essa abordagem:

  1. Nem todos os feeds tem uma página HTML[bb] que liste os arquivos. Estes eu não posso assinar.
  2. O endereço da página pode mudar. Não deveria, claro, “cool URI don’t change” certo? Mas pode. E muita gente publica conteúdo só no feed, exclusivo para quem assina.
  3. Preciso navegar na minha coleção de podcasts e repetir este processo um a um.
  4. Por falar nisso, não há uma maneira de importar meu OPML. Incluir os podcasts um a um não é divertido. E como ele também não exporta, usar o Songbird significaria repetir o processo no dia em que eu resolvesse migrar para outro programa.

Ou seja, por enquanto ainda não vou me arriscar com o Songbird. É um projeto open source, baseado em XUL, logo é muito fácil criar extensões para ele e melhorá-lo. Qualquer um que saiba javascript pode colaborar. Quem sabe eles não resolvem isso rápido?

Instalei o PidGin 2.0

Acabo de instalar o tal PidGin 2.0.0, o substituto do Gaim, o programa que, ao ser lançado, causou tanto movimento que derrubou o site oficial. Ele está disponível para Windows e Linux[bb]. Para quem não sabe:

O Pidgin é um cliente de mensagens modular capaz de usar o AIM, MSN, Yahoo!, Jabber, ICQ, IRC, SILC, SIP/SIMPLE, Novell GroupWise, Lotus Sametime, Bonjour, Zephyr, Gadu-Gadu e QQ de uma vez só. Ele é escrito usando o GTK+.

Baixei os fontes do SourceForge, o pacote pidgin-2.0.0.tar.gz, aqui no meu Ubuntu 6.10. Depois o processo foi:

$ tar -xzvf pidgin-2.0.0.tar.gz
$ cd pidgin-2.0.0.tar.gz
$ ./configure
$ make
$ sudo make install

Assim mesmo, como manda o figurino, sem nenhum errinho. Ele leu meus contatos e contas do Gaim e já abriu conectando, pronto para usar.

É o bom e velho Gaim, com pequenas melhoras e novas funcionalidades, mais rápido e muito, muito mais bonito. A interface também deu uma boa melhorada em relação à usabilidade. Além disso, agora ele conecta em ainda mais redes que eu não vou usar 😉

Updated: endereço do site corrigido. Obrigado pessoal.

A experiência de uso Linux

Sobre as grandes diferenças: Coisas que posso fazer em Linux e em windows não

Sobre as semelhanças (e as pequenas diferenças): Linux[bb] x Windows

Se você trabalha com internet, essa série deve interessá-lo:

Por falar nisso, no terceiro artigo dessa série o perguntou nos comentários:

Como você, vim do Windows/DreamWeaver para Linux/?(ainda). Gostei do
que vi no QuantaPlus, realmente é excelente, porém um das vantagens que
eu via ao usar o DreamWeaver com seu FTP era
o de ter sempre a certeza de pegar a última versão do programa e não
precisar me preocupar em enviar o arquivo certo e se está na última
versão. Eu abria o arquivo direto do ftp, ele baixava o último
(inclusive as dependências) abria na minha tela, eu editava (um ou mais
de um) salvava e o DreamWeaver já efetuava o Upload. Eu gostaria de
saber como é o seu procedimento agora. De repente eu também mudo e vejo
as vantagens. Sempre devemos estar aberto a aprender, né?

Tentei responder por lá, mas o sistema matemático parece funcionar com uma matemática diferente da minha. Então minha resposta vai aqui:

araujo,O Kate faz isso que você está querendo. Ele tem uma barra lateral de navegação em arquivos. Você pode adicionar um favorito ali no formato:

ftp://usuario:senha@servidor.com.br/pasta

Também suporta uma série de outros protocolos, como o sftp. Adicionando o favorito, é só clicar nele que o Kate lista os aruqivos e pastas. Clicando num arquivo o Kate abre diretamente do FTP, e se você salvar, salva direto lá também.

A dobradinha nautilus/gedit também torna isso transparente para você. Se você se conecta a um servidor de FTP pelo nautilus, pode clicar com o botão direito em qualquer arquivo e escolher “Abrir com Editor de Textos”. O nautilus também coloca o servidor de FTP como um dos caminhos possíveis nas caixas de abrir e salvar do gedit.

A quebra da proteção anti-cópia do HD-DVD, o Digg, e o futuro do DRM e das indústrias de música e cinema.

Saudações amigos piratas!

O Digg perdeu o controle de seu próprio site por causa da singela seqüência de números[bb] acima. Uma história interessante que vale a pena acompanhar. Sua primeira tendência pode ser a de criticar o Digg pela censura. Mas, pense bem, se fosse o seu pequeno negócio de milhões de dólares que estivesse ameaçado de processo judicial, será que você seria realmente tão corajoso assim?
Continuar lendo A quebra da proteção anti-cópia do HD-DVD, o Digg, e o futuro do DRM e das indústrias de música e cinema.

Baixe o Ubuntu 7.04 via torrent

Saiu o Ubuntu[bb] 7.04, Feisty Fawn. Assim que sai uma versão nova do Ubuntu, os servidores ficam sobrecarregados de gente tentando baixar os isos.

A dica: baixe via torrent. O servidor mais rápido que eu achei me deixou baixar a 100KB/s. Via bittorrent estou baixando a 220KB/s. Além de ser mais rápido, você contribui com sua banda para que os servidores do Ubuntu fiquem menos sobrecarregados. Vamos lá! Quanto mais gente baixar via torrent, mais rápido fica para todo mundo.

Vou deixar a máquina seeding aqui durante a noite. Se você tem condições, faça também isto. É um jeito simples de contribuir um pouquinho com uma causa muito nobre.

Os servidores estavam tão sobrecarregados que eu tive dificuldades em baixar o arquivo de torrent para iniciar. Então, para facilitar sua vida, deixei aqui uma cópia do arquivo de torrent para a versão i386 (feisty-desktop-i386.iso 698MB.) Bom download!

Firefox, o monstro

Deixei o micro ligado durante a noite. Não estava navegando nem fazendo nada de especial, só ficou ligado. Quando fui tentar usá-lo pela manhã, estava muito, muito lento. Talvez o usuário de Windows ache que estou de frescura, afinal, isso é assim mesmo, basta um reboot e tudo se resolve. Mas deixe-me dizer que no Linux[bb] as coisas são diferentes. Minha máquina no escritório fica meses ligada, sem reboot, sem lentidão. Se está lento, tem alguma coisa errada. Pois veja:

Firefox consumindo 297MB de RAM. Como meu notebook só tem 512MB de RAM, e parte disso é compartilhada com a placa de vídeo, 297MB é muita, muita RAM.

Fechei o Firefox. A janela fechou e o programa levou dois minutos para fechar e liberar a memória. Enquanto isso, consumiu tudo o que pode de CPU:

Quando o programa finalmente morreu, o alívio foi imediato:

Pronto, abri o Firefox de novo, e tudo parece normal:

Alguém tem idéia do que seja isso? Algum plugin ou extensão?

Quem tem medo do terminal?

Estava ajudando um amigo a instalar o Ubuntu[bb] em sua máquina, tentando evitar, a todo custo, me conectar por ssh. E tentando evitar também o uso de terminal, pois meu amigo estava migrando de Windows e parecia ter um certo receio da tela preta. Tivemos alguns problemas com o Automatix, e entrei no canal #ubuntu-br da Freenode para perguntar. Fiquei impressionadíssimo com a solicitude das pessoas que estavam online. Uso bastante irc, e é comum estar em canais sobre Python[bb], SQLObject, Javascript e etc. E sei que geralmente quem se dá ao trabalho de estar ali é porque realmente gosta de ajudar. Mas o pessoal da #ubuntu-br foi especialmente paciente e atencioso.

Depois que desconectei, recebi até um e-mail do Vinícius Depizzol sanando as dúvidas que haviam ficado pendentes. Obrigado Vinícius, obrigado ao pessoal do #ubuntu-br.

Uma das coisas que o Vinícius me mostrou é que eu não preciso de Automatix. Quase tudo o que se faz por ele pode ser feito pelo Ubuntu, na interface gráfica, sem nenhum programa especial. Boa parte no menu “Aplicações” -> “Adicionar/Remover”. E o que não dá para resolver lá geralmente é muito fácil de fazer no terminal.

Isso me fez pensar. Nós, programadores, sabemos que o terminal (shell, console ou como você preferir chamá-lo) é a ferramenta mais poderosa dos sistemas Unix. Não há outra maneira de se obter a rapidez e flexibilidade que se tem num terminal.

Estes dias vi um amigo fazendo algo curioso. Ele precisa copiar uma pasta no servidor, chamada “site”, para “sitenovo”, para começar a trabalhar no novo site. Ele se conectou por FTP, copiou a pasta inteira para a sua máquina (eram alguns megabytes) renomeou e enviou de novo para o servidor. Mais de meia hora de trabalho. Ele poderia ter se conectado via SSH e feito:

cp -r site sitenovo

E em menos de um minuto a cópia estaria feita.

Claro, isso não é novidade nenhuma para o usuário de Linux que já lida com o terminal há algum tempo. Um administrador de sistemas Linux é uma pessoa muito mais feliz graças ao terminal. Mas como fazer com que o usuário de interface gráfica, que não tem gosto pela linha de comando, não perca o tempo que meu amigo perdeu? Como fazer com que o webdesigner que publica arquivos num servidor remoto aprenda pelo menos o básico? Que ele saiba copiar, mover, apagar e editar arquivos e diretórios, navegar por diretórios, sincronizar diretórios, comparar arquivos, criar pequenos scripts para automatizar tarefas e editar o seu crontab?

Política de Segurança do Bradesco! Raios Múltiplos!

O Bruno começou: Bradesco: O pior internet banking que eu já vi.

É mesmo, de longe, o pior que eu conheço. Sou cliente Bradesco e Itaú há um bocado de tempo. Mantenho minha conta no Bradesco por uma série de motivos. Primeiro, porque eles me ofereceram crédito pessoal, cartão de crédito, cheque especial e uma porção de outras facilidades, sem que eu precisasse ir até o banco pedir. Sei que eles não fazem isso por bondade, que é interesse do banco que eu me endivide e pague juros a eles. Mas no Itaú, tendo praticamente o mesmo tempo de conta e tendo durante alguns anos movimentado mais dinheiro lá do que no Bradesco, não tenho nem talão de cheques. Eu sei que se for à agência pedir é capaz de conseguir essas facilidades, mas, caramba, tenho que ir à agência?

Há outros motivos para manter minha conta no Bradesco. Embora seja considerado um “banco das massas” e muita gente reclame das filas, tenho tido muita sorte com o atendimento deles na agência. A rede de caixas eletrônicos também é exemplar. Onde eu vou tem um caixa Bradesco Dia e Noite. E, se não tiver, eles ainda têm convênio com a rede 24 horas, embora aí eu pague para sacar. Isso é bem melhor que o sistema do Itaú, onde eu só posso sacar em caixas eletrônicos do próprio Itaú, tenho um limite (pequeno) de saques por mês e, se sacar além do limite, pago uma tarifa por cada saque extra. Além disso, se faço um saque em qualquer caixa eletrônico fora da agência, num supermercado, posto de gasolina ou rodoviária, por exemplo, também pago por aquele saque. Além disso, as tarifas no Itaú são um assalto!

Me sinto entre a cruz e a espada com os dois bancos.

Um ponto para o Bradesco: Uma vez perdi meu cartão do Itaú. Tive que ir até a agência para assinar uma solicitação de um novo. O gerente me deu um prazo, mas a única maneira de saber se o cartão já havia chegado era telefonar para o gerente ou ir até a agência. Acontece que ninguém consegue telefonar para o gerente. Quando o cartão finalmente chegou, o gerente me entregou o cartão e me disse que eu tinha que cadastrar uma senha para liberar o cartão para uso. E para isso, tinha que pegar a fila do caixa. Era o quinto dia útil do mês, a fila era uma daquelas que quase não cabe na agência. No Bradesco, quando meu cartão quebrou, fiz o pedido de um novo por telefone e o recebi em casa.

Um ponto para o Itaú: há pouco tempo eu me mudei e resolvi transferir as contas para uma agência perto de casa. No Itaú a moça digitou meia dúzia de coisas no computador, me deu um único documento para assinar e colou um adesivo em meu cartão com o número da nova conta. Pronto, a conta estava transferida e eu já podia movimentá-la. No Bradesco me pediram uma carta, de próprio punho, solicitando a mudança, me deram um documento de encerramento da conta antiga para assinar, mais toda a papelada de abertura de uma conta nova. Maços e maços de papéis para assinar. Aliás, o Bradesco parece que adora gastar papel. Está bem que eles trabalham com papel reciclado, mas acho que eles fariam mais bem à Natureza se simplesmente poupassem a metade do papel que gastam.

No fim, não sei que banco escolher. Não se também se abro uma conta em um outro e encerro as duas que tenho.

Agora, falando em políticas de segurança, o Bradesco realmente é o campeão da chateação. Uma vez minha esposa telefonou para o Fone Fácil, que devia se chamar Fone Difícil. Ela não estava acostumada às confirmações de cadastro. Aqui em casa, quando a gente precisa telefonar para a companhia telefônica, o banco ou qualquer outro fornecedor de serviços, geralmente sou eu que faço. Você nunca foi pego de surpresa quando perguntam sua idade? Principalmente perto do seu aniversário? Foi o suficiente para bloquearem a conta dela e ela ter que ir até a agência para resolver o problema.

Esse tal “Cartão Chave de Segurança Bradesco” é a coisa mais famigerada que já inventaram. O Itaú tem um igualzinho, mas o Bradesco me pede o cartão para acessar também o Fone Fácil, que devia se chamar Fone Difícil, e para fazer saques no caixa eletrônico.

Preste atenção nos passos para saber meu saldo no Internet Banking:

  1. Acesso o site do Bradesco.
  2. Digito agência e conta e Enter.
  3. Espero, dependendo da conexão muito, até carregar um applet Java.
  4. Digito minha senha eletrônica (não é a mesma do cartão para saque) usando o teclado virtual.
  5. Digito minha frase secreta (pelo menos 22 letras) e Enter
  6. Aparece uma tela me pedindo um dos números do meu cartão chave. Tiro o cartãozinho odioso da carteira, encontro e digito o número pedido e Enter.
  7. Pronto, aparece meu saldo. Viu como é fácil?

Um cliente Bradesco tem:

  1. Uma senha do cartão de débito
  2. Duas letras secretas para usar o caixa eletrônico
  3. Uma senha eletrônica para Internet e Fone Fácil
  4. Um cartão de segurança com 70 números

E de vez em quando ainda te pedem para confirmar dados pessoais em algumas operações.

Por fim: estava tentando testar um serviço novo, o NovoFax, mas não consegui porque o sistema da Visa me manda para o Bradesco quando tento fazer uma compra, e, embora o site e o Internet Banking funcionem no Firefox, os sistemas de pagamento eletrônico não. Estou pensando aqui se assino via boleto ou simplesmente desisto.

Sobre Tecnologia e Burocracia

Estava lendo sobre o trabalho que o Cris Dias vai ter para provar que pagou o aluguel e fiquei me perguntando porque as pessoas não investem em tecnologias desburocratizantes.

Fila de banco, por exemplo, é uma coisa absurda. Tem sempre uma porção de gente lá que não tem acesso a internet, por isso paga suas contas no banco. Mas também tem um bocado de gente que está na fila porque a conta está atrasada. Se houvesse um jeito qualquer de se pagar contas atrasadas pela internet, acredito que as filas em banco iam se reduzir drasticamente, principalmente pela ausência daqueles office-boys com trinta boletos que o patrão não conseguiu pagar na data.

Aliás, governo e bancos são os campeões da burocracia[bb]. Depois que abri a Visie, cada vez que vou ao contador ou ao banco, assino um maço de papéis. Outra coisa que me encuca muito é a necessidade de autenticar documentos e reconhecer assinaturas em cartório. A história e o funcionamento dos cartórios no Brasil são uma celebração da burocracia.

Você que é empresário, ou que é o responsável pela definição de processos na sua área de atuação, desburocratize:

  • Ao invés de imprimir um boleto e enviar pelo correio, ofereça a seus clientes a opção de receber o boleto por e-mail.
  • Ao invés de pedir que eles preencham um papel e enviem pelo correio ou por fax, permita que eles preencham um formulário em seu site. Se isso não for possível, permita pelo menos que enviem os documentos por e-mail.
  • As pessoas não querem ter com elas uma segunda via de cada papel que assinam. É claro que, se alguém assina um contrato, quer ter uma via consigo. Mas você não precisa entregar para as pessoas segundas vias de tudo.
  • Um scanner é um instrumento muito poderoso. Ao invés de pedir três cópias de um documento para três departamentos diferentes de sua empresa, você pode pedir uma cópia só e digitalizar, de modo que fique disponível para todo mundo que precisar.
  • Pense em scanner, e-mail, e gerenciamento eletrônico de documentos. Proíba as pessoas em sua empresa de entregar documentos impressos umas às outras.
  • Um modem também pode fazer maravilhas. Ao invés de imprimir um documento para enviá-lo por fax, você pode enviar o fax direto do computador, sem derrubar florestas. Também pode receber fax direto no computador, e depois não precisa escaneá-lo.
  • Adoro a possibilidade que alguns serviços oferecem de, se atraso um boleto, poder entrar no site e eu mesmo gerar um boleto com a multa inclusa e nova data de vencimento, que eu posso pagar pela internet.
  • Não exija um papel se isso não for realmente necessário.
  • Não exija uma cópia de um documento se você só precisa do número.
  • Dependendo do porte da sua empresa ou departamento, avalie a possibilidade de ter um servidor de arquivos centralizado, talvez com acesso remoto. As pessoas se sentirão mais seguras se souberem que todos os seus documentos estão num único lugar, acessível de onde elas estiverem, com backup e controle de versão diários.
  • E que tal e-mail e fax centralizados? Você pode ter, por exemplo, um endereço de email fax@suaempresa.com.br, de modo que seus funcionários precisem apenas anexar um documento ao e-mail e colocar o número de telefone no título e o documento será enviado por fax automaticamente para aquele número.

Um servidor de arquivos, e-mails e fax pode não ser tão caro quanto parece, principalmente trabalhando com Linux[bb]. Avalie antes de dizer que acha que é demais para você hoje.

E por fim, se você acha que burocracia é um resquício da ditadura, coisa de empresas antiqüadas nascidas na pré-globalização, saiba que meus dólares estão presos no Google Adsense até que eu encontre uma maneira de passar um fax para eles. 😛

Desktop 3D Linux numa máquina modesta.

Depois que publiquei este post, sobre o vídeo que o rapaz fez em português mostrando um Desktop Linux[bb] 3D, alguma pessoas comentaram o fato de ele ter uma máquina monstro, com 3Gb de RAM.

Como vocês sabem, o Linux é um sistema que permite um nível absurdo de personalização. Ele pode ser compilado para o seu processador, otimizado para a sua máquina, de maneira a extrair o melhor dela. Veja por exemplo, neste vídeo, o Linux extraindo o máximo de um um Duron 1.2 com 512MB, placa mãe PC-CHIPS 598lmr e uma Geforce[bb] 2MX PCI 64MB. A hora em que ele abre três instâncias simultâneas do Gimp me dá calafrios!

Embora o resultado seja excelente, construir um Linux from Scratch não é tarefa para qualquer um. Envolve horas e horas de leitura, compilação e configuração. Um excelente hobby para quem gosta do assunto, mas impraticável para quem estiver sem tempo. Uma alternativa interessante para quem quiser aprender é o Gentoo, um “quase LFS” mas empacotado numa distribuição que ajuda muuuuuito as tarefas de download e compilação do código fonte.

Bom, embora apaixonado pelo assunto, eu não tenho muito tempo para essas coisas. Além de um hobby, meus computadores são ferramenta de trabalho, e no momento não tenho uma máquina “extra” que possa ser parada por diversão. Então eu uso Ubuntu, a distribuição mais simples de instalar e usar que já encontrei. Apesar disso, fiquei curioso para saber como o Beryl se comportaria instalado em meu modesto notebook, um Itautec, Celeron 1.5, 512 Mb RAM e plaquinha de vídeo Intel i810.

Instalei o Beryl seguindo essas instruções no meu Ubuntu 6.10 e não fiz nada de especial para configurá-lo além de clicar com o botão direito no ícone do Beryl, escolher “configurações”, escolher o filtro de textura “rápido” e clicar em sair. Todas as escolhas de efeitos visuais foram feitas usando a interface gráfica do próprio Beryl e, depois da instalação que envolveu editar o sources.list e o xorg.conf, eu não editei nenhum arquivo texto.

O resultado:

view video[bb]

Conforme vocês podem ver, a memória está sendo toda usada, e um pouco de swap também. Apesar disso, o desempenho é muito bom.

Para gravar o vídeo eu mudei a resolução para 800X600, porque gravar com a resolução máxima seria pedir muito de meu processadorzinho, e para perder menos detalhes quando o YouTube redimensiona o vídeo. Mas normalmente eu uso 1280X800. Gravei sem som, não por causa de performance, mas porque estou sem microfone. Fiz uns testes com o microfone embutido do notebook e, embora a qualidade do áudio seja sofrível, a performance permanece excelente.

Na verdade, embora eu não saiba explicar isso, parece que o notebook[bb] ficou mais rápido com Beryl. Talvez seja apenas impressão minha, por conta dos efeitos visuais. Não sei.

Claro, nem tudo são flores. Tive problemas ao tentar tocar vídeos usando drivers GL. E o Internet Explorer, instalado no wine usando o ies4linux, fica uma carroça quando estou rodando o Beryl. Mas, de resto, fiquei realmente impressionado com o resultado.

Linux? Windows? Dreamweaver? Photoshop?

Duas dúvidas que recebi por e-mail hoje, com temas muito semelhantes. Embora eu não sinta falta de nada em meu notebook com Ubuntu, você vai notar que, nas duas respostas recomendei o Mac. Para quem quer trabalhar com Unix mas não pode abrir mão de MS Office, Dreamweaver ou Photoshop, é uma escolha que não se pode deixar de considerar.

eu como desenvolvedor web, dependente de softwares como DreamWeaver[bb](esse aqui nem é problema, é mais o photoshop mesmo rsrs) e Photoshop, gostaria de um motivo ou alguns para migrar para o linux e me tornar um desenvolvedor 100% linux, utilizando só softwares de desenvolvimento do linux.

Que vantagens teria? preciso de uma luz, se puder me dar uma dica fico grato pela atenção.

Olá, como vai?

Minha resposta, naturalmente, vai ser pessoal e baseada em minha experiência. Sugiro que você instale Linux em dual-boot com Windows em sua máquina e descubra por você mesmo se ele serve para você. Sugiro que comece com uma distro fácil de usar, como o Ubuntu ou o Suse.

Para mim a principal vantagem em desenvolver usando Linux é o fato de ter um ambiente de desenvolvimento completo em minha máquina. Meu notebook tem Ubuntu com Apache, MySQL, Postgre, PHP, Python, PSE e Django. Trabalhando assim, e com Subversion, e usando os flexíveis recursos do bash, torno o desenvolvimento muito mais simples. E tenho exatamente as mesmas versões de cada uma dessas ferramentas que terei no servidor de produção.

Outras boas vantagens são a possibilidade de automatizar processos com bash, comandos como find, grep, sed, tail, e, claro, o rsync. Para quem, como eu, trabalha em mais de uma máquina, rsync e svn são tudo. Além disso, tem o ssh. Não sei mais viver sem ssh.

Mas, para rodar Photoshop ou Dreamwever, vai precisar usar algum tipo de emulador ou virtualizador. Vai ter bugs, ou queda de performance, ou os dois 😉 Não é problema para mim, porque não uso nenhum dos dois.

Naturalmente, você pode ter um ambiente muito semelhante trabalhando com Windows, principalmente usando o CygWin. E, se você se sente produtivo e confortável trabalhando com Windows, não precisa migrar. De quebra, ainda vai ter Photoshop e Dreamweaver rodando legais.

Outra excelente alternativa é, se você tiver condições para isso, um Mac. Num Mac com chip Intel você pode ter um sistema Unix completo, rodando nativamente Dreamweaver e Photoshop. E, se precisar, pode rodar Windows numa janelinha com o Parallels.

Estou modificando a estrutura de minha empresa e vou vender meu servidor (que é Debian) e minha estação para trabalhar com um notebook, pois preciso de mobilidade. Mas não vivo mais sem o Linux e pretendo instalá-lo no novo equipamento.

Vc me aconselha utilizar o Ubuntu??? Vejo sempre vc falando sobre ele em seus posts. Utilizando o Linux[bb], consigo rodar dentro de um emulador softwares para Windows, como Photoshop e Dreamweaver, dos quais ainda dependo?

Salve, como vai?

Eu uso Ubuntu em meu notebook, e também no Desktop. Para mim, hoje, é a distribuição mais fácil de usar. Mas isso depende de seu perfil de usuário. Se você quiser performance a qualquer custo, vai preferir Gentoo. Se gosta de KDE, vai preferir o Suse (o Kubuntu é meio esquisito, na minha opinião.) E etc.

Agora, em relação ao Photoshop e Dreamweaver, depende de seu perfil de uso. Se você usa pouco esses softwares, pode tê-los rodando no Wine ou VMWare. A performance cai muito, mas é um quebra-galho razoável. Já se você trabalha bastante com eles, vai precisar de Windows em seu notebook. Você pode, por exemplo, trabalhar com dual-boot. Ou pode usar Windows e instalar Apache, PHP, Python[bb] e MySQL. E CygWin. Você vai ter até bash no seu Windows.

Uma outra excelente solução, se você puder, é comprar um MacBook. Você vai ter um sistema Unix que roda Dreamweaver e Photoshop. E vai poder rodar Windows ou Linux numa janelinha, com o Parallels.

Ajude o Open Source encontrando defeitos

Você pode ajudar um projeto Open Source sem saber programar e sem gastar horas com isso. Basta escrever um bug report minimamente detalhado.

Por exemplo, o Automatix travou aqui no meu Linux durante uma instalação. Se eu usasse um sistema de código fechado, dificilmente poderia entender o que estava acontecendo. Mas na arquitetura aberta e flexível de sistemas Unix[bb], eu pude ajudar mesmo sem escrever uma linha de código. Escrevi um bug report.

Mesmo com meu inglês miojônico, o sujeito entendeu o que eu disse e já consertou o problema. A versão corrigida já está inclusive em minha própria máquina, atualizada sozinha pelo Ubuntu[bb].

Compare isso com as alternativas que você tem ao encontrar um defeito num produto de código fechado, rodando num sistema fechado e complicador como o Windows. O Linux[bb] também tem bugs, claro. A diferença é que com Linux você não está impotente. Você pode ajudar.