Oito horas da noite. Meu Livre, aquele telefoninho da Embratel que é um celular, mas você só pode usar em casa, toca. O número tem um prefixo parecido com o meu, deve ser um outro Livre.
– Alô?
– Alô, boa noite! Com quem eu falo?
– Elcio.
– Senhor Elcio, aqui é Lais Ribeiro da Embratel.
– Boa noite, Lais.
– Boa noite, senhor Elcio. Estamos entrando em contato porque estamos realizando a implantação de um novo sistema em nossas antenas e isso pode estar ocasionando alguns problemas em sua linha, como eco em sua voz, perda de sinal, ligações que caem… Algum desses problemas está acontecendo com o senhor?
– Ocasionalmente, Lais, todos eles.
– Pois então, senhor Elcio, estamos iniciando um rastreamento de linhas via satélite para ajudar a resolver estes problemas. O senhor se importaria de fornecernos alguns dados a respeito de seu telefone?
A partir daí ela me pediu para remover a bateria e anotar um número que estava embaixo dela, que ela ligar de volta para pegá-lo. Naturalmente, eu disse a ela que não poderia fornecer esse tipo de informação assim, porque um golpista larápio poderia me ligar e pedir estes dados. E disse que iria ligar para a Embratel, no *500, do meu telefone, para passar os tais dados.
O número que ficou no olho mágico deve ser de algum outro telefone sequestrado. A Embratel não quis. Tentei ligar de volta e caiu direto na caixa postal.
Crianças, cuidado ao atender o telefone.
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