Depois que publiquei este post, sobre o vídeo que o rapaz fez em português mostrando um Desktop Linux 3D, alguma pessoas comentaram o fato de ele ter uma máquina monstro, com 3Gb de RAM.
Como vocês sabem, o Linux é um sistema que permite um nível absurdo de personalização. Ele pode ser compilado para o seu processador, otimizado para a sua máquina, de maneira a extrair o melhor dela. Veja por exemplo, neste vídeo, o Linux extraindo o máximo de um um Duron 1.2 com 512MB, placa mãe PC-CHIPS 598lmr e uma Geforce 2MX PCI 64MB. A hora em que ele abre três instâncias simultâneas do Gimp me dá calafrios!
Embora o resultado seja excelente, construir um Linux from Scratch não é tarefa para qualquer um. Envolve horas e horas de leitura, compilação e configuração. Um excelente hobby para quem gosta do assunto, mas impraticável para quem estiver sem tempo. Uma alternativa interessante para quem quiser aprender é o Gentoo, um “quase LFS” mas empacotado numa distribuição que ajuda muuuuuito as tarefas de download e compilação do código fonte.
Bom, embora apaixonado pelo assunto, eu não tenho muito tempo para essas coisas. Além de um hobby, meus computadores são ferramenta de trabalho, e no momento não tenho uma máquina “extra” que possa ser parada por diversão. Então eu uso Ubuntu, a distribuição mais simples de instalar e usar que já encontrei. Apesar disso, fiquei curioso para saber como o Beryl se comportaria instalado em meu modesto notebook, um Itautec, Celeron 1.5, 512 Mb RAM e plaquinha de vídeo Intel i810.
Instalei o Beryl seguindo essas instruções no meu Ubuntu 6.10 e não fiz nada de especial para configurá-lo além de clicar com o botão direito no ícone do Beryl, escolher “configurações”, escolher o filtro de textura “rápido” e clicar em sair. Todas as escolhas de efeitos visuais foram feitas usando a interface gráfica do próprio Beryl e, depois da instalação que envolveu editar o sources.list e o xorg.conf, eu não editei nenhum arquivo texto.
O resultado:
Conforme vocês podem ver, a memória está sendo toda usada, e um pouco de swap também. Apesar disso, o desempenho é muito bom.
Para gravar o vídeo eu mudei a resolução para 800X600, porque gravar com a resolução máxima seria pedir muito de meu processadorzinho, e para perder menos detalhes quando o YouTube redimensiona o vídeo. Mas normalmente eu uso 1280X800. Gravei sem som, não por causa de performance, mas porque estou sem microfone. Fiz uns testes com o microfone embutido do notebook e, embora a qualidade do áudio seja sofrível, a performance permanece excelente.
Na verdade, embora eu não saiba explicar isso, parece que o notebook ficou mais rápido com Beryl. Talvez seja apenas impressão minha, por conta dos efeitos visuais. Não sei.
Claro, nem tudo são flores. Tive problemas ao tentar tocar vídeos usando drivers GL. E o Internet Explorer, instalado no wine usando o ies4linux, fica uma carroça quando estou rodando o Beryl. Mas, de resto, fiquei realmente impressionado com o resultado.
Deixe um comentário