Como a Microsoft Perdeu a Guerra da API

Joel Spolsky fala sobre Longhorn, XAML, Avalon, .NET e aplicações Web. Um longo artigo, mas vale a pena ser lido (além de o Joel escrever deliciosamente bem.) Falando nesse assunto, eu ando de olho em duas tecnologias de desenvolvimento muito interessantes:

Python
Comecei a estudar Python por indicação do Jonas, depois de ter ouvido muita gente boa, como o Bruce Eckel. A linguagem é tudo o que eu sempre sonhei, mas não quero falar soobre isso aqui. Quero apenas dizer que com Python você tem RAD (se você leu o artigo do Joel, saiba que Python tem coleta de lixo automática), desenvolve aplicações web, GUI, console e etc, tem muitos bons incetivos para o reuso de código, e que Python é multiplataforma.
Mozilla
O navegador, o cliente de emails, o cliente IRC, o editor de HTML e as extensions para Mozilla são construídos em um ambiente de desenvolvimento próprio. Isso está fazendo o Mozilla se parecer cada vez mais com uma plataforma de desenvolvimento de software do que com um simples navegador. Hoje já é possível, usando XUL, uma linguagem baseada em XML, criar de maneira fácil aplicações gráficas que funcionem em Windows, Linux, Mac, Unix, Solaris, BSD e quase tudo na face da terra que tenha um processador. Sua aplicação pode, com um trabalho mínimo, suportar skins via CSS, múltiplos idiomas, e pode falar WebServices.

E daí? Veja isso. Um pouco de luz se você nunca trabalhou com Mozilla nem com Python: é um saco, na plataforma Mozilla, realizar tarefas que estão muito fora do escopo de um navegador. Por exemplo, conectar a um banco de dados ou criar um arquivo binário. Não é só difícil, você precisa recorrer a código em C, específico para o sistema operacional que estiver usando. E se você leu o artigo do Joel, deve entender porque eu não quero voltar ao C. Em Python, por outro lado, criar arquivos, conectar a banco de dados, passar café e fazer chover são coisas triviais. Mas desenvolver interfaces gráficas de qualidade com Python é um parto. Se você pensar em suporte a skins e internacionalização, coisas que no Mozilla são recursos básicos, vai pensar duas vezes antes de escrever código Python.
Agora, se o Mozilla 2.0 de fato adotar o Python, eu aposento de vez VB, Delphi, Kylix e assemelhados. Estamos falando de XML, o melhor jeito de se construir interfaces gráficas na atualidade (porque você acha que a Microsoft está trabalhando tão duro no XAML?) combinado com a linguagem de programação mais prática e sensata já criada.

Publicado por

Elcio

Elcio é sócio fundador da Visie Padrões Web. Pioneiro no uso e divulgação dos padrões do W3C no Brasil, Elcio já treinou equipes de dezenas de empresas como Globo.com, Terra, Petrobras, iG e Locaweb. Além disso, tem dirigido as equipes da Visie no desenvolvimento de projetos web para marcas como Brastemp, Itaú Unibanco, Johnson & Johnson e Rede Globo.

3 comentários em “Como a Microsoft Perdeu a Guerra da API”

  1. Pode ser que eu seja peixe-pequeno demais nessa história toda. Eu lí o texto do Sposky e entendí tudinho. Nota 10. Ele fala de web e fala de apps. Mas onde está o Flash com as RIAs (Rich Internet Aplications) nesse cenário? Ele poderia resolver vários problemas citados lá. Será que o Flash morreu e eu não sabia? Adoraria que vc comentasse isso Elcio.

  2. Eu já estou de olho no mozilla faz um tempo. Só não deu para desenvolver nada por falta de tempo. Mas, caracas, se rolar python… extermínio de muitos browsers (talvez) e mudança de plataforma de desenvolvimento (certamente).

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