A IBM lançou seu pacote de escritórios gratuito, o Lotus Symphony. Instalei aqui para testar. Para começar, ele não é “baseado no OpenOffice.org” como muitos sites por aí andam dizendo. Ele lê arquivos do formato ODF, o formato criado pela OpenOffice.org, e talvez tenha algum código ali realmente aproveitado do OpenOffice.org, mas ele é baseado mesmo é no Eclipse. Sim, é isso que você entendeu, o Symphony é construído sobre o Eclipe, em Java, lento, lento, lento… Leva uma eternidade para carregar e demora um bocado a responder a alguns comandos. Fica praticamente impossível de se usar.
A primeira coisa curiosa é que o instalador para Linux coloca o programinha que desinstala o Symphony num lugar escondido e não avisa o usuário. Então fica a dica para você que usa Linux e, como eu, instalou o Symphony e se arrependeu o instalador está em:
/opt/ibm/lotus/Symphony/_uninst/uninstaller.bin
Outra coisa interessante é que a interface do programa ficou muito boa. O investimento em usabilidade que a IBM tem feito há anos, o que eles chamam de User Centered Design, tem dado resultado. O problema é que o software é tão lento que é insuportável usá-lo mesmo tendo uma excelente interface.
Se você já é usuário de OpenOffice.org, não vejo nenhum bom motivo para tentar o Symphony. Se não é usuário de OpenOffice.org, por favor, não instale o Symphony. Tente o OpenOffice.org.
Para mim o Symphony serviu mesmo para mostrar o poder de um padrão aberto. Tenho em minha máquina agora três pacotes de escritório: KOffice, OpenOffice.org e IBM Lotus Symphony, e os três trabalham com exatamente o mesmo formato de arquivo. Sem segredos, sem royalties, sem truques. Inclusive a compatibilidade entre eles é muito boa. E qualquer um pode fazer um programa que trabalha com o mesmo formato.
Veja, por exemplo, como é simples fazer um shell script que exporta um documento ODT para texto:
#!/bin/bash
mkdir .tmp_odt2txt
cp $1 .tmp_odt2txt
cd .tmp_odt2txt
unzip $1
cd ..
sed -e "s/<text:p[^>]*>/\n/g" .tmp_odt2txt/content.xml|sed -e "s/<[^>]*>//g" > $1.txt
rm -rf .tmp_odt2txt
Como estamos falando de um padrão aberto, usamos ferramentas simples disponíveis em qualquer Unix e lemos o arquivo. Tente fazer isso com um documento do Microsoft Word e você vai entender o que eu quero dizer.
Fala Élcio, tudo bem?
Legal saber que vai estar aqui por Bauru esse mês.
Tentarei comparecer em sua palestra lá na Unesp.
Um abraço!
Só para constar. O novo Lotus Notes, a versão 8.0, é construída sobre a plataforma Eclipse. O Lotus Sametime (IM da suíte Lotus) 7.5 também é construído sobre a plataforma Eclipse (imagine o pigdin feito usando a UI do Eclipse).
Como vantagem, eu vejo o fato de que o Eclipse roda em Windows/Linux sem maiores sustos, o que permite desenvolver aplicativos multi-plataforma com menor esforço.
O lado negativo é isso aí. É lento. Se bem que parece que o Notes 8 ainda assim é mais rápido que o 7, esse sim, uma carroça.
Felipes,
Acredito que não, porque o Notes já tinha essa ferramenta. O que a IBM está fazendo é lançar a ferramenta para quem não tem Notes. Veja: http://symphony.lotus.com/software/lotus/symphony/product_faqs_normandy.jspa#12
felipe, o OpenOffice.org é feito em C++. Você pode escrever macros e componentes em Java, Python, Javascript ou StarBasic. Ele pede para você instalar uma JVM porque você pode usá-la para criar macros, por exemplo, mas ele é completamente funcional sem Java, pelo menos aqui no Linux.
Pode ser,
aqui em São José dos Campos muitas empresas usam o Notes. Eu trabalhei na Embraer e posso dizer que lá não é MS Outlook não, é Notes mesmo.
E falar a verdade, o Notes é fera. Ele tem suporte até a celular, você pode passar sua agenda pro celular(no meu sony ercsson foi).
Mas sobre o assunto Java, o OpenOffice também é feito em Java, pelo menos uma boa parte dele então.
Interessante utilizarem o eclipse para uma suíte de aplicativos. Eu já acho o OpenOffice pesado, mas o Symphony conseguiu superar. Bem coisa da IBM mesmo. Software pesado e contra o que todo mundo anda falando hoje em dia: web 2.0.
Agora um detalhe que notei é a palavrinha Lotus no Lotus Symphony. Sabe que tem muita empresa que tem a cultura Notes entrenhada, como o próprio estado de S. Paulo. Será que o objetivo da IBM não é justamente esse tipo de cliente?